domingo, 10 de julho de 2011

Maranatha (75)

VIII. RELIGIÃO

9. MINORIA CRIATIVA

"Já fomos a Cristandade; foi no tempo das catedrais e dos reis católicos, quando descobrimos o novo mundo. Não só éramos poderosos como representávamos a civilização.
Íamos a direito, alentados. Quem não estava connosco era pagão, como, antes, quem não era grego era bárbaro.
A Europa actual é a sombra evanescente dum fantasma. Este cancro dura há uns três séculos. Impossível não identificar a modernidade com tal decadência. O cepticismo caracteriza a derrocada.
Maranatha será, conscientemente, uma "minoria criativa" em contexto apocalíptico. O conceito é de Toynbee; e o Papa pediu aos católicos para terem a coragem de voltar a ser o sal do mundo.
A "minoria criativa" é formada pelos que encontram soluções para os desafios; depois, estas são copiadas pelo geral.
Nada que já não tivéssemos experimentado, no tempo de Paulo. Os gregos podres chamaram-no louco. Corinto, hoje, é nome de uva passada, e o louco de Deus continua a ser ouvido em cada missa.
Não tenhamos vergonha de ser "originais", no duplo sentido.
Preparemo-nos: ao nosso gosto estético treinado em palácios vão chamar piroseira; à nossa lógica imbatível, aqueles que não sabem pensar vão contrapor o "cientificamente provado"... vão rir-se dos nossos costumes morais, ter pena de acreditarmos na vida eterna.
"Freud explica", dirão.
Avancemos, gritando: "O rei vai nu!"
Eles: "Reaccionários!"
Nós: "Os cães ladram, a caravana passa."
Poucos, mas geniais. Cavaleiros da tábula redonda.
Quem dera fôssemos todos!
"Vinde a Mim, todos vós que sofreis, e encontrareis descanso."
Digam: "São loucos!", desde que entendam que obedecemos à Transcendência.
Somos filhos de Deus, a Verdade nos alimenta.
Confiemos!
Instauremos, de novo, a apoteose." - Mário Cabral in Diário Insular

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