sábado, 16 de julho de 2011

Maranatha (76)

VIII. RELIGIÃO

10. ALEGRIA NA ESPERANÇA

"As pessoas que não têm religião tendem a perder a esperança. Na verdade, a natureza humana, só por si, não vale grande coisa e, pouco a pouco, à medida que amadurecemos, cresce em nós a desilusão. Quanto mais se é inteligente, quanto mais vai aumentando a angústia face à morte.
Este cenário é catastrófico, em termos políticos, porque reduz a intensidade do empenhamento no bem comum. É certo que há seres humanos capazes de praticar o bem e a justiça mesmo sem acreditarem em Deus e no Juízo Final; porém, é de esperar que a maioria aceite a "luta pela sobrevivência" como a lei natural inevitável.
Os modernos gostam de dizer de si próprios que são a favor do progresso. Esta pretensão não corresponde à verdade. "Progredir" implica avançar em direcção a um objectivo; qual é o objectivo de quem tranca a porta do futuro? As sociedades ateias são claustrofóbicas porque reduzem as pessoas ao fatalismo das leis da natureza. Mais cedo ou mais tarde, a ilusão da novidade tecnológica revela-se um insulto à necessidade humana de infinito.
Ironicamente, é a Tradição que avança a passo certo e seguro para o melhor. Não admira que os crentes sejam pessoas de esperança. Ora, a esperança gera alegria, em especial aquela que foi prometida por Nosso Senhor.
A contrapartida do contrato não pode ser mais vantajosa para o político: "Amar a Deus e ao próximo". Deixa de haver "outros"; passa a haver "irmãos". A compaixão não precisa de leis coercivas.
Alegria é uma coisa, felicidade, outra, e prazer ainda outra: o prazer é físico; a felicidade é um estado psicológico passageiro; a alegria é profundeza de alma. Deveriam andar sempre juntos, daí que os confundamos.
A alegria gera sempre os outros dois." - Mário Cabral in Diário Insular

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