Sem querer pôr em causa as boas intenções dos jovens socialistas açoreanos com a apresentação destas medidas, parece-me que deviam começar por tentar entender os motivos pelos quais os programas como o Empreende Jovem ficam mais ou menos desertos. Caso contrário pouco mais fazem que pregar como Frei Tomás, para jovens que, como também já devem ter percebido, podem ter muitos defeitos, mas não são tolos.
Ninguém pode criticar a opção de um jovem por um emprego em detrimento de empreender e tentar criar e manter o seu próprio posto de trabalho. Revela aliás muito bom-senso, em minha opinião, atendendo à região e ao país onde vivem. Mais bom-senso ainda revelam os que partem para longe. Normalmente os melhores.
A região e o país querem empreendedores? Pois bem, criem condições fiscais e legais para isso. Emagreçam.
Criar uma empresa é muito fácil. Faz-se em pouca horas. Mantê-la aberta é que é o problema, pelos motivos que já aqui expus em 11 posts.
Quanto ao empreendedorismo nas escolas, fico com a curiosidade de saber em quem estão a pensar para leccionar. Esta medida parece-me inspirada no que se faz em algumas escolas do EUA. Há, no entanto, uma diferença cultural entre nós e aquele país que é inultrapassável e que parece estar esquecida: lá valoriza-se que tem o seu próprio negócio, cá valoriza-se quem consegue empregar-se no Estado.
Se estes jovens socialistas não entendem isto, sugiro-lhes que empreendam. Talvez depois de alguma dose de realidade possamos falar a mesma linguagem.
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