quinta-feira, 30 de abril de 2009

1º de Maio

Em dias como o de hoje é importante evocar alguns factos que fizeram os nossos 1º de Maio.
Para quem tem memória da época, decerto lembrará o que foi o 1º de Maio de 1974. Foi um dia memorável mas condenado a não se repetir.
Para quem não tem essa memória convém relembrar que foi a maior manifestação alguma vez ocorrida no nosso país. Só em Lisboa estima-se que tenha juntado quinhentas mil pessoas.
Foi também a última vez que se festejou o 1º de Maio vendo juntas figuras políticas como o Soares e Cunhal, recentemente regressados a Portugal.
Isso deveu-se em grande parte ao domínio do PCP dentro da CGTP-Intersindical, que ainda hoje se mantém, consagrado no seu I Congresso realizado em Julho de 1975, e à promulgação de legislação na mesma altura que impunha o principio da unidade orgânica, impondo a Intersindical como a central nacional única dos trabalhadores portugueses. Saíamos do famoso modelo corporativo de Salazar para adoptarmos outro do mesmo tipo.
Foi esta unicidade forçada e desde logo rejeitada por quem não se identificava com o modelo que levou à criação em 1978 da UGT.
Porque também é o meu dia, apesar de ser um misto de dia de trabalho e de descanso, e em especial da minha companheira de mais de 20 anos, trabalhadora incansável e dedicada nascida neste dia, merece ser celebrado.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Tributações Autónomas

Fiquei a saber hoje quanto vou pagar de Tributações Autónomas, ou seja o IRC que o Estado me vai cobrar sobre algumas despesas. Uma coisa destas só podia ter vindo duma cabecinha nada e criada no PCP e depois reciclada no PS.
Estou cada vez mais convencido que o país todo está na mão de um bando de malfeitores.

Lura

Mas falar de Cabo Verde sem falar de Lura é deixar a conversa a meio. Como é difícil escolher o clip para este post.

Novo CD de Mayra Andrade

Depois do CD Navega, Mayra Andrade vai lançar o seu segundo trabalho. Esta cabo-verdiana nascida em Cuba além de bonita é também uma intérprete de excelência.

Debate na SIC

Assisti ontem a mais um debate envolvendo os cabeças de lista dos partidos representados na AR e a dúvida com que fiquei depois de os ver no Prós e Contras da RTP acentuou-se: será que o PS acha mesmo que o Prof. Vital Moreira é o melhor candidato? O homem chega a ser patético. Consegue defender o indefensável e a negar o inegável. Caso disso foi negar que o valor das Tributações Autónomas (obra de outro ex-PCP reciclado em PS, Pina Moura) duplicou este ano.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Marcel Khalifé - Taqasim


O Líbano fascina-me desde o tempo em que na escola me deram a conhecer os Fenícios. Cheguei a conhecer de cor todo o seu alfabeto, o que algumas vezes deu jeito na elaboração daqueles auxiliares de memória que todos usámos.
País com uma cultura riquíssima, tem o azar de estar entalado entre a Síria e Israel, razão pela qual vai sofrendo guerras civis que quase já não são notícia.
Vou publicar alguma música de raiz muçulmana e começo pelo libanês Marcel Khalifé a que voltarei daqui a uns dias..

Legislativas

Depois de ter deixado de ser prioritário para o Governo emagrecer uma Função Pública excedentária e como não acredito que pretenda trabalhe mais, este tipo de propostas na negociação do RCTFP começa a parecer uma tentativa de compor as coisas em ano de eleições.

domingo, 26 de abril de 2009

Canonização do Condestável

Embora não sendo religioso, a canonização hoje de D. Nuno Álvares Pereira é um acontecimento que, como português, considero importante pelas qualidades que lhe são reconhecidas, quer enquanto Homem, quer enquanto militar.
É importante também por ser um símbolo nacional, e todos os países precisam dos seus. É, por isso, relevante ter referências com os méritos do Condestável.
Enquanto Nação tendemos a esquecer, de modo quase atávico, que a nossa História de quase 900 anos não tem sido feita de mediocridade mas do génio de Homens como Diogo Cão, Bartolomeu Dias, António Enes, Damião de Góis, Pedro Álvares Cabral, Pedro Nunes, Luís de Camões, Vasco da Gama, Marquês de Pombal, Afonso Costa ou Egas Moniz, só para citar alguns.

Liberalização das ligações aéreas

Da Madeira chega-nos a informação de que a liberalização das ligações aéreas permitiu reduzir efeitos da crise. Por cá continuam a querer convencer-nos que o regime de Serviço Púbico em code-share TAP/SATA é que é bom. Estou em querer que uma das regiões anda a ser enganada.

1 Giant Leap (1)

E para começar o dia parece-me bem este conjunto de belas vozes de África e Índia. Sonharam pôr o Mundo a cantar e conseguiram.

sábado, 25 de abril de 2009

1 Giant Leap

Para terminar este dia parece-me apropriado a deliciosa voz de Asha Bhosle, uma das muitas excelentes cantoras indianas, na sua participação no projecto 1 Giant Leap da dupla Jamie Catto e Duncan Bridgeman. Com uma busca em 1 Giant Leap no You Tube encontra-se muito mais. A mensagem recomenda-se e a música é excelente. Deliciem-se.

Conhecer o passado, compreender o presente

Para quem acha que a Liberdade, o que o rodeia e possui são dados adquiridos, esta entrevista a Niall Ferguson recomenda-se. O que se passa nos EUA confirma-o.

PECADOS CAPITAIS (12)


3. A LUXÚRIA

3.2. PERVERSÕES SEXUAIS

"A diferença específica da pessoa humana, enquanto corpo natural, é a sua racionalidade, motivo suficiente para regermos a acção moral pela dedução lógica. O comportamento derivado doutra fonte tende para a promiscuidade.
Temos outras aptidões, a exemplo: os sentimentos, as sensações e os instintos. Quanto mais descermos esta escada, mais nos afastaremos da nossa essência e do fim último para o qual tendemos naturalmente, que é a contemplação.
Definir-se pela sexualidade é uma contradição nos termos e uma imoralidade: se somos capazes de nos definir assim é porque somos conscientes e, se somos conscientes, é porque somos mais do que animais de desejos; o desejo não é bom em si e só se torna aceitável num contexto racional.
O desejo bruto é um perigo social e político, detectado por todas as culturas. Elegê-lo por objectivo de vida é aniquilar a sociedade pela base. É claro que as relações sexuais dão prazer; mas também o dão comer marisco e beber cerveja e não definimos o ser humano como um animal que come marisco e bebe cerveja. Mesmo que não adviesse nenhum perigo daqui, é inegável que uma pessoa inteligente é mais interessante do que uma lasciva.
Só há uma razão lógica para agir em conformidade com os desejos sexuais: a reprodução. A espécie humana desdobra-se em dois sexos que se complementam para continuar a descendência. As relações sexuais devem exprimir o amor, movimento da vontade e, como tal, superior aos instintos. O amor é exclusivo; logo, o casamento impõe-se a quem ama de verdade, assim como a família, apelo do infinito.
O casamento monogâmico é a aliança perfeita entre a natureza e a cultura.
O matrimónio é a sexualidade elevada à dimensão ideal." - Mário Cabral in Diário Insular

Valeu a pena!

Por ter acabado com Caxias e Peniche, as prisões sem culpa formada, a tortura, os bufos e os Tribunais Plenários, por nos livrar de Marcelo e de Tomás, por ter extinto a PIDE e a Censura Prévia, por ter livrado da guerra uma segunda geração de jovens e apesar do Estado que temos, dos impostos que nos suga, dos políticos reles, do mau Ensino, da Justiça que não funciona, da promoção da mediocridade, do caciquismo, do lambe-botismo, da indolência e da falta de esperança que teima em não nos deixar, valeu a pena!

Tê-lo vivido é um privilégio.

É esta expressão de liberdade, a liberdade de tudo poder ser questionado e tudo poder ser debatido, e a generosidade de militares como Salgueiro Maia, da qual nem sempre sabemos ser dignos, que devemos celebrar, e dizer, para que ninguém esqueça, que o 25 de Abril não tem donos.

Porque a história se repete, a Liberdade nunca é um dado adquirido. Conquista-se, constrói-se e vive-se. E por ela se morre também.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

IVA com Recibo (1)

Como já tinha dito em post anterior, a Petição entregue na Assembleia da República solicitando a alteração do Regime do IVA encontra-se ainda pendente.
Tal facto levou ao pedido de informações sobre a mesma da primeira subscritora ao Presidente da AR, pedido do qual deu conhecimento aos restantes.
Em que país se tornou o nosso onde o Estado é o primeiro a não cumprir as leis que produz?
Como diz Medina Carreira, isto vai mudar. Mas começo a concordar quando ele diz que está cada vez mais convencido que isto vai mudar, mas com barulho.

Observações astronómicas

"Observações astronómicas decorrem hoje e amanhã, entre as 20 e as 24H00, no parque de estacionamento da Praça de Toiros, em Angra do Heroísmo. Trata-se de uma iniciativa da Escola Secundária Jerónimo Emiliano de Andrade, que tem lugar no âmbito das comemorações do Ano Internacional da Astronomia. Segundo aquela escola, a iniciativa destina-se “a todos os que desejarem verem com os próprios olhos um pouco das maravilhas do nosso Universo”. Quem tiver telescópio, pode levá-lo." in Diário Insular
(a foto é minha, mas a lua é de todos; usem-na à vontade)

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Amizade

"Um dia a maioria de nós irá separar-se.
Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que partilhamos.
Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das vésperas dos finais de semana, dos finais de ano, enfim... do companheirismo vivido.
Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre.
Hoje não tenho mais tanta certeza disso.
Em breve cada um vai para seu lado, seja pelo destino ou por algum desentendimento, segue a sua vida.
Talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe... nas cartas que trocaremos.
Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices...
Aí, os dias vão passar, meses... anos... até este contacto se tornar cada vez mais raro.
Vamo-nos perder no tempo...
Um dia os nossos filhos verão as nossas fotografias e perguntarão: "Quem são aquelas pessoas?
"Diremos... que eram nossos amigos e... isso vai doer tanto!"
Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons anos da minha vida!"
A saudade vai apertar bem dentro do peito.
Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente...
Quando o nosso grupo estiver incompleto... reunir-nos-emos para um último adeus de um amigo.
E, entre lágrimas abraçar-nos-emos.
Então faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante.
Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vida, isolada do passado.
E perder-nos-emos no tempo...
Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades...
Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!"

Fernando Pessoa

Enviado por e-mail por um amigo (mesmo) e que, com o Dia do Livro a terminar, me apeteceu reler. Como tu me conheces, meu amigo.
(imagem tirada daqui)


Liszt


O génio de Liszt e a dificuldade de execução de toda a sua obra fazem dele um dos maiores compositores de sempre. Esta é, para mim, uma das mais belas peças de piano escritas até hoje.

Biblioteca e Arquivo de Angra do Heroísmo

A propósito do lançamento da Primeira Pedra do novo edifício para a Biblioteca e Arquivo de Angra do Heroísmo parece-me evidente que, não obstante a sua qualidade enquanto objecto, a localização é, em minha opinião, um erro.
O Arquivo é Depósito Legal, crescendo por isso diariamente em tamanho. Quando for preciso crescer não vai haver para onde. Além disso fica num local onde diariamente já se concentram efectivos consideráveis, dada a proximidade do Tribunal, da Escola Secundária Padre Jerónimo E. Andrade, do Solar dos Remédios, do IROA, da IRT, da delegação da Secretaria do Ambiente. Frequentar a Biblioteca não será por isso mais fácil do que é hoje.
(fotografia tirada daqui)

Burros a correr na cidade de Angra

Não sendo uma novidade, nem tão pouco algo de interessante, espero que este evento anunciado para as Sanjoaninas 2009 não se transforme em mais um espectáculo degradante envolvendo uma espécie que caminha a passos largos para a extinção.
Se a ideia da corrida se integrar num conjunto de acções consistentes e consequentes que tenham como objectivo a defesa destes simpáticos e outrora úteis animais é, em minha opinião, bem vinda. Se o objectivo é apenas provocar algumas gargalhadas, acho a ideia muito infeliz e sem qualquer graça.
Estas minhas dúvidas resultam de não conheçer qualquer afinidade especial entre Angra e os burros, como acontece por exemplo em Ferrel.
Senhora Presidente da CMAH e Comissão das Sanjoaninas, antes de levarem a ideia por diante pensem bem e evitem alguma coisa de que mais tarde se venham a arrepender.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Menos 12,3% até Março

Até Março a quebra de receitas fiscais teve "" o valor de €992.000.000,00 e ainda agora a "festa" esta a começar.
O Ministro das Finanças tem razão, o ano vai ser de "um nível de dificuldade extremo". Mas desconfio que não será para a equipa de cobradores de impostos da DGCI.

Beethoven

Apesar da 5ª, apesar da 9ª, a 4ª é a minha preferida. Se não tiver tempo não toque no play, pois se ouvir os primeiros 5 minutos terá de ir até ao fim. É irresistível. Volume no máximo.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Fechei o Tasco. Vou-me embora.

Foi com a expressão do título que um amigo meu me deu a notícia do encerramento da sua micro-empresa ligada à maquinaria de madeiras, ditado pelos problemas de tesouraria, e da sua ida para Angola.
Já não é o primeiro e a frequência com que recebo notícias destas é cada vez maior.
Desejei-lhe boa sorte, pois Angola está longe de ser um paraíso. Ele despediu-se dizendo-me: "hei-de sobreviver; o Estado não me suga nem mais um Euro e o QREN é treta, é só Show Off para as eleições e para enterrar ainda mais quem já tem a corda ao pescoço".

Euribor subiu

Hoje a Euribor a 3 meses não sofreu alteração e as taxas a 6 e a 12 meses subiram pela primeira vez em muitos meses (ver quadros e gráficos na coluna do lado direito).
Isto pode não querer dizer nada. Mas, se os valores das taxas tenderem a estabilizar em torno de variações como as que se verificaram entre meados de 2003 e finais de 2005, pode querer dizer que a finalmente a economia bateu no fundo.
Estou convencido que a travessia do deserto vai ser longa. A recessão de 2003 foi uma amostra comparada com a actual conjuntura e só começámos a sair dela em 2006. Depois o BCE e o Sr. Trichet trataram de dar cabo do resto.
O dinheiro não está a chegar à economia, as empresas estão sem tesouraria e as falências vão começar a aumentar de número, mesmo na região, onde a situação não é muito diferente do resto do país. É apenas uma questão de tempo para que o fenómeno se torne visível e as primeiras vítimas serão decerto as micro-empresas.
O Estado com a sua teimosia em não rever (baixar) impostos e contribuições para a Segurança social só vai acelerar o processo. Quando será que vai perceber que a fonte onde vai cobrar impostos não é inesgotável? Será que quem governa está convencido que o endividamento externo vai poder continuar a crescer indefinidamente?

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Currículo regional pode ser realidade em 2012

Os conteúdos seriam, por exemplo, a nível da História regional e da Língua e da Literatura, com poesia e autores açorianos. Não se trata de substituir o currículo nacional, mas de complementá-lo. É uma procura da identidade açoriana.” - Srª. Secretária da Educação in Diário Insular
Não tenho, à partida, nada contra os conteúdos regionais. E desde que se cinjam às áreas referidas pela Srª. Secretária Regional parece-me até uma excelente ideia. Espero, porém, que resistam à tentação de regionalizar a matemática, ou a física, ou a química, para que não continue a acontecer ter de ler enunciados, em minha opinião, tão idiotas como os da Prova de Aferição que o meu filho fez no ciclo preparatório.
Matemática é matemática, independentemente do ponto do Mundo onde se aprende ou ensina.

Difícil para quem?

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Angrenses são os mais optimistas do país (depois de já terem sido os mais felizes)

Quando publiquei este post sobre a felicidade (agora já é só optimismo) dos angrenses, tinha encontrado o valor de 187,85 pessoas como amostragem média.
Hoje o DI volta ao assunto e faz o seguinte esclarecimento: "A componente subjectiva do estudo foi avaliada com base num inquérito, no qual foram realizadas 52 questões. Em Angra do Heroísmo foram entrevistados, por via telefónica, 101 sujeitos, 45 do sexo masculino e 56 do sexo feminino. Miguel Lopes garante ainda que a amostra abrangeu várias faixas etárias e habilitações académicas.".
Está tudo dito e o aproveitamento que a nossa edil está a fazer do assunto já se tornou patético.

Entre-os-Rios

Afinal a culpa parece que foi da própria ponte.
Na altura do seu colapso, Jorge Coelho, que era à época o Ministro das Obras Públicas, estava doidinho para se pôr a andar e aproveitou a desculpa para se pôr ao fresco. Pudera, o Guterres já não se podia suportar e está muito melhor agora na Mota-Engil.
Na altura disse uma frase que viria a ficar célebre: a culpa não iria morrer solteira. Foi o que se viu. Nem ele nem o Estado, em qualquer das suas formas, casou com ela. Continua completamente solteira e galdéria.
E é agora o próprio Estado quem remete as custas judiciais aos familiares das vítimas de um processo que nunca devia ter sido necessário, fosse o Estado uma pessoa de bem. Não está em causa o valor. Está em causa apenas a atitude e a não assunção de responsabilidades que lhe pertencem por inteiro.

Levantamento do sigilo bancário

Primeiro foi o anúncio de que o Governo iria viabilizar uma proposta de lei do BE sobre o levantamento do sigilo bancário. Depois foi o próprio Governo a anunciar as suas medidas sobre o tema.
Concordo com a maioria dos comentários que dizem ser uma medida importante mas tardia. Fica a expectativa de serem medidas eficazes para a detecção dos verdadeiros tubarões e não mais algumas ferramentas para o fisco perseguir os cidadãos contribuintes. O futuro o dirá. De uma coisa estou certo: a partir do momento que entrarem em vigor vai passar a circular muito mais dinheiro vivo, como já acontece em Espanha há muito tempo.
O deputado Louçã (adoro quando Alberto João Jardim o trata por Anacleto) deve estar naturalmente satisfeito. Gostava de o ver a partir de agora a abraçar outra cruzada: a redução dos impostos e do verdadeiro roubo que são as contribuições para a Segurança Social.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Compromisso Pagamento Pontual

Este programa é uma iniciativa da ACEGE – Associação Cristã de Empresários e Gestores e é mais válida e eficaz que todas as linhas de crédito e apoios às empresas que possam vir a existir.
É interessante encontrar na lista de empresas signatárias a SATA.
Fica aqui o desafio a todos os empresários, Estado e Municípios.

Ser honesto não é ser parvo. É ser sério

Sofia Santos é economista, sócia-fundadora da Sustentare e foi uma das promotoras do Movimento Cívico Iva Com Recibo.
Recebi hoje por mail um texto seu publicado aqui que, por ser uma boa reflexão em ano de eleições, decidi reproduzir na íntegra.

"Os factores que originaram a crise em que vivemos são vários. No entanto, é possível identificar a honestidade como sendo o factor mais relevante. Mas há que falar de honestidade num sentido amplo, que incorpora responsabilização, ética, preocupação com o outro e com o bem-estar global da sociedade que, inclui, obviamente, o bem-estar individual de cada um de nós.
Imagine-se um mundo em que nenhum de nós tem receio de ser atraiçoado, em que confiamos nas acções dos outros e que existe uma capacidade de diálogo, sereno e sério, entre aqueles com os quais temos relacionamentos. Um mundo em que existisse uma efectiva preocupação com a felicidade da sociedade e com a harmonia económico-ambiental e social. Imagine-se um mundo em que não se mente, em que não se omite e onde as frases são transparentes e verdadeiras. Onde as críticas são bem-vindas por serem construtivas e onde ninguém se regozija pela desgraça alheia. Onde existe cooperação entre várias partes para se atingir um fim comum, em vez de se destruir o projecto alheio em prol do nosso próprio. Um mundo onde o trabalho fosse um prazer e um divertimento, em vez de ser um tormento devido à malvadez ou egoísmo de alguns. Um mundo em que a cidadania está incutida nas acções diárias das pessoas. Não seria bom? Não teríamos todos nós muito menos stress? Não teríamos uma vida muito mais agradável?
Bem sei que o Homem não é racional e como tal muitas das vezes acaba por tomar decisões que o irão prejudicar mais tarde. Esta crise acaba por ser uma demonstração dessas acções. Mas, tal não significa que esqueçamos o papel da Honestidade e o valor que esta tem.
Este ano vamos ter três eleições. Muita coisa vai ser dita: críticas, propostas e promessas. Vamos assistir a um bombardeamento de argumentos, muitos dos quais não saberemos se são verdadeiros ou não. Vamos ouvir muitas intenções e vamos ficar com muitas dúvidas face à sua veracidade. Mas vamos ficar com esperança de que coisas novas e sensatas sejam feitas e que novas atitudes sejam implementadas pelos nossos políticos. Vamos ouvir muitos teóricos a opinar sobre o mundo empresarial sem nunca nele terem trabalhado, mas mesmo assim vamos estar crentes de que alguém desenvolverá políticas mais coerentes e realistas. E vamos votar.
Ser honesto não é ser parvo. Ser honesto é ser uma pessoa séria e o país precisa de governantes, empresários e cidadãos sérios.
Será que nestas três eleições alguém vai prometer ser honesto? Ou seja, será que nestas três eleições temos as pessoas de que o país precisa? Em prol da honestidade: espero que sim.
E os cidadãos? Somos nós o povo de que o país precisa? Penso que esta é a pergunta principal sobre a que todos devemos reflectir.
"

terça-feira, 14 de abril de 2009

O Boletim de Primavera do Banco de Portugal

Constâncio decidiu deixar de correr riscos e aí estão os números provando que a economia ainda está em queda livre.
Estamos por isso a viver um momento histórico. Para quem não tem idade para ter memória do Verão Quente de 75, aproveite para ver como era o país nesse tempo, em termos económicos.
Nota interessante do Boletim do Banco de Portugal: o consumo público é a única componente do PIB que deverá registar uma subida de 0,4 por cento, quando nas previsões de Janeiro era apontada uma descida de 0,1 por cento. Traduzindo: os impostos vão aumentar.
Curiosa também foi a reacção de alguns partidos a estes números. Por exemplo a filial do PC, que se dá pelo nome de Verdes, reagiu exigindo ao Governo a criação de mais emprego na Administração Pública.
Nesta, como em todas as crises, existem sempre dois lados: o lado que a sente e o lado que a observa e este lado é pago pelo lado que a sente.
Aos senhores dos Verdes que, não duvido, estarão no segundo lado, pois só isso justificará a sua exigência, faço um apelo: arranjem trabalho e produzam alguma coisa para variar ou, ainda melhor, empreendam.

PECADOS CAPITAIS (11)


2. AVAREZA
2.7. POBRES VERDADEIROS

"Querer ser pobre não é para qualquer um. Só os melhores dentre nós o desejam, apenas os magníficos o concretizam. Dada a exigência da corrida, mesmo assim são bastantes os que se afoitam. Há esperança para o Homem.
Não é preciso ser religioso para ter esta vontade. Também não é propósito de cariz cultural ou histórico ou de género. É o simples bom uso da razão que conduz a tal fim.
Diz-se que Tales de Mileto forjou uma experiência para demonstrar aos gregos que, se pretendesse, ficava rico. Sócrates atestou com a sua pobreza que os sofistas eram uma fraude. S. Francisco foi tão radical que ainda hoje se fala da pobreza franciscana e do Povorello de Assis. Santa Clara deu início às senhoras pobres. Gandhi venceu o império britânico com a pobreza da atitude. Wittgenstein, um dos maiores filósofos ateus do século XX, desfez-se da sua prodigiosa riqueza pessoal. Mais perto de nós, Agostinho da Silva nunca usou os direitos de autor consigo próprio.
Muitos baralham de propósito a miséria com a pobreza, com vista a fazerem o elogio da riqueza. A miséria degrada a condição humana e deve ser combatida. Esta confusão é uma falácia: derrapagem. Como com todos os valores, aqui há gradientes.
E há o Absoluto. Imagine-se a montanha do Pico. No cume fica a pobreza, no sopé a riqueza. Um rico e poderoso que se ponha a subir a montanha é mais pobre do que um pobre que está no cocuruto do Pico, de binóculos, a babar-se com o que vê lá em baixo.
Este é um assunto da inteligência. Só os tolos ostentam seus bens. Os ricos que, por falta de coragem, não conseguem abdicar dos vícios deste mundo, disfarçam o odor do dinheiro atrás do perfume delicado do bom gosto, que é discreto.
Do mal, o menos!" - Mário Cabral in Diário Insular

segunda-feira, 13 de abril de 2009

O Mérito

Sinceramente não me sinto mal sabendo que portugueses como António Damásio, que ainda há dias deu uma entrevista à RTP 1, ou Carlos Fiolhais, ou João Magueijo, só para citar alguns, eventualmente aufiram vencimentos de € 50 000,00 (10 000 contos mês). Têm o mérito suficiente e muito provavelmente não têm vencimentos sequer próximos daquele valor.
Fico incomodado de saber que indivíduos como Guterres, ou como Fernando Gomes, só para citar alguns também, têm um vencimento daquele valor, além de outras benesses também de milhares de euros anuais, pois não lhes vislumbro qualquer mérito para o merecer que não seja o facto de comerem à mesa do grande tacho que é a GALP.

domingo, 12 de abril de 2009

"Muitos não querem aparecer. Por diversas razões. Os angrenses foram, em tempos, combativos. Mas, hoje, muitos estão subjugados ao poder político. Há filhos para empregar, apoios para receber. Quando assim é, o poder político faz o que bem entende, porque não tem contestação. Os angrenses acomodaram-se. E depois há aqueles que gostam das sardinhadas e dos jantares grátis que a Câmara dá. E deixam que as coisas se façam.(...) Sem dúvida. Agora vão fazer muito. Até aqui, nada. Mas, em boa verdade, o PS não precisa de grandes esforços para vencer: controla tudo. Muitos lhes devem votos…" - José Alberto Borges in Diário Insular
"Muitas pessoas dizem-me que são do CDS-PP, mas não querem dar a cara porque têm medo, porque têm um filho a contrato, etc." - Pedro Pinto in Diário Insular
A propósito da entrevista a Pedro Pinto publicada na revista do DI, decidi ler a entrevista a José Alberto Borges publicada há duas semanas.
Em ambas os entrevistados elogiaram o Poder no que acharam dever ser elogiado e criticaram o que acharam criticável.
Mas o traço comum mais preocupante em ambas as entrevistas é a referência ao medo e a algum caciquismo doentio numa sociedade que se pretende democrática.
Não acredito em bruxas nem em milagres e sempre considerei este tipo de referências algo forçadas e fruto do ponto de vista de quem as profere.
Apesar disso, tão pouco acredito em coincidências e começo a sentir alguns sinais que me levam a pensar se este tipo de pressões não estarão a ir longe demais.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Direitos adquiridos

Os meus gatos em pleno usufruto dos seus direitos adquiridos.

Mas não era a mesma coisa

Se ela podia viver sem a ZON? Claro que podia. Mas não ia ser a mesma coisa.

Como estará o tempo no planeta em que vive Trichet? (2)

"O banco repete que as pressões sobre os preços permanecerão “moderadas” e que as tensões inflacionistas têm vindo a diminuir." in Público
Apesar de ter sido um dos responsáveis pelo buraco em que está a Europa, ao levar os juros quase aos 6% em Julho de 2008, a obcessão não lhe passa.

Diferentes atitudes

"O Painel de Supervisão do Congresso divulgou ontem um relatório no qual nota que a liquidação dos bancos problemáticos e a eliminação dos administradores de topo das instituições financeiras poderá ser a melhor maneira de resolver a crise financeira, noticia a Bloomberg." In Correio dos Açores
Por cá começa a perceber-se a pressa do Governo em nacionalizar o BPN.

O mais que pequeno Ananias

Mais um excelente texto da Drª Cláudia Cardoso no Diário Insular de hoje e que aqui transcrevo na integra por estar disponível apenas para assinantes daquele jornal. A par de Os Seguidistas e de Os imparáveis lambe-botas, este é mais um texto que revela uma visão interessante dos corredores do poder por onde tem andado nos últimos anos.

"O mais que pequeno Ananias

De olhinhos pequenos e mãos entrecruzadas como os homenzinhos sem património Ananias vivia contente. Certo da sua imensa valia e indispensabilidade. Como tantos outros não vivia por si, dependendo amiúde dos cargos que os outros estavam disponíveis para lhe oferecer. Ao abrigo da intempérie e do solavanco, vivia nas franjas do poder. E vivia contente. Com quase nada. Com muito pouco. Chegando-se sempre para onde batia o sol. Como as lagartixas. Esticava a barriga proeminente, os braços e as pernas insuficientes para assegurarem a harmonia do corpo. Movia-se como se rastejasse, acocorado numas pernas que se poderia dizer não lhe pertencerem. Mentia com rara facilidade. E desmentia as suas próprias mentiras com denodo. Não sentia o bafo da incoerência nem o peso duma consciência que lhe faltava. Receio nenhum. À espera que o chefe o nomeasse presidente de coisa nenhuma. Aninhado de noite esforçava-se de dia para assegurar uma integridade que não tinha. Evitando o seu próprio olhar ao espelho. Levava a vida muito de fininho. A sua natureza era rasteira, a sua melhor técnica a hipocrisia, e o seu grande trunfo a deslealdade. Pronto a virar o cerco ao primeiro sinal de desgraça. Sempre do lado que batia o sol. Como as lagartixas. Mas mais lento na travessia porque no trânsito se esforçava por salvar a pele. O seu bem mais precioso, o mais limpo arsenal, tudo aquilo que verdadeiramente tinha como seu e em cuja conservação se esmerava. O chefe engodava-o com promessas que não tencionava cumprir. E ele enganava o chefe com evidências fantasiadas. A simbiose era perfeita e o resultado desastroso. A médio prazo para ambos, a longo para o país. Um pedaço de terra sem memória onde medrava a vilania. E onde o húmus absorvia lentamente a memória dos passos dos homens que povoaram o infeliz lugar.
"

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Pagar a 30 dias

Seria bom que nesta medida fossem incluídos os municípios e todos os privados de um modo geral. Países da UE, normalmente olhados como "atrasados" como a Polónia, praticam já medidas semelhantes. Resposta do governo português: "O secretário de Estado do Tesouro e Finanças reagiu ontem à proposta de Bruxelas, afirmando que há "abertura total" do Governo para analisar a mesma."

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Não tarda nada está na TVI

Mais um reality show que decerto vai ser um sucesso em Portugal, como acontece com a maior parte do lixo que todos os dias nos é oferecido pela maioria dos canais nacionais.

2009: os primeiros números

De acordo com a Universidade Católica estamos com indicadores económicos que, para se encontrarem parecidos, temos de recuar aos anos 70. Começa a ser preocupante saber o que fará o Estado quando secar a teta onde se habitou a mamar impostos.

Boas Notícias (2)

Também na Antena 1 acabo de ouvir o anúncio da suspensão das taxas de combustível nas viagens de e para Lisboa. Pelos menos durante algum tempo será menos caro sair da Região.

Boas Notícias (1)

Acabo de ouvir na Antena 1, pela boca de Artur Lima, que a Emiliana Silva irá ocupar o 4º lugar das listas do seu partido nas eleições para o Parlamento Europeu.
Correndo o risco de ser eleita, desejo-lhe sucesso.

Crónicas de José Manuel dos Santos no Expresso

O José Manuel dos Santos ocupa um merecido lugar na galeria de cronistas do Expresso, onde encontramos nomes como António José Seguro, Saldanha Sanches, José Cutileiro, o angrense Miguel Monjardino entre outros.
E estou a falar dele porque ontem li mais um dos seus excelentes textos (O Coronel) que publica naquele jornal. Procurando no arquivo online acabei por encontrar mais um (Os Açores) cuja leitura recomendo também.
Ao ler o primeiro texto revi linha a linha os coronéis, majores e capitães que conheci no Pilão, escola onde o José Manuel dos Santos os conheceu também e onde tive o privilégio de o ter como graduado na 1ª Companhia de Alunos, durante o meu 1º ano nos longínquos anos 70. Era na altura o Zé Manel, o 121 para a maioria de nós.
Tive o prazer de o reencontrar e jantar com ele em Angra durante uma presidência aberta de Mário Soares, de quem foi assessor anos a fio.
Como figura pública mantém o seu característico low profile, mas não tenho dúvidas que terá o seu lugar nas futuras antologias dos grandes escritores de língua portuguesa, ao lado de Alexandre Cabral e Ruy Cinnatti.

Realpolitika e mb|Weblog v.2

Li ontem no Ouvi Dizer, pela mão do autor, a notícia do fim do blog Realpolitika e hoje, pelo tom do último post, parece que o blog mbWeblog v.2 vai ter o mesmo destino.

Pessoalmente lamento, pois seguia-os com interesse e, em minha opinião, a comunidade local de blogs fica mais pobre.

Fica a esperança que regressem.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Webcams e animais

Para quem tem curiosidade de saber como é o quotidiano no ninho de uma coruja, no covil de um urso ou de um golfinho num tanque, em praticamente todo o planeta, aqui deixo um link por onde podemos passar umas horas interessantes com a miudagem.

Para quem, como eu, o alemão é quase chinês, sugiro a técnica da tentativa e erro na coluna do lado esquerdo do site.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Incêndio no Hospital S. Francisco Xavier

O recente incêndio no Hospital S. Francisco Xavier coloca a nu a situação de muitos outros hospitais e edifícios que são geradores de grandes concentrações de pessoas.
E coloca também a questão preocupante de muitos responsáveis por estes edifícios estarem convencidos que basta a existência de Planos de Emergência para que fiquem resolvidas as deficiências de (falta) de Segurança (do conceito safety, pois as de security são outro âmbito, mas importante de igual modo).
Sendo fundamentais, os Planos de Emergência, especialmente quando não testados e treinados, são completamente inúteis se a montante não foram resolvidos os problemas de Segurança.
E no caso do Hospital S. Francisco Xavier o que parece ter falhado em cadeia foram aspectos que deveriam estar resolvidos a montante do Plano de Emergência, ou seja, em fase de Projecto de Segurança.
Das declarações que alguns responsáveis deram à imprensa retive coisas como "fumo nos elevadores", "cortes de energia", "dificuldades nas comunicações", "falhas nos telefones", "as comunicações acabaram por ser efectuadas através de telemóveis", "subida do fumo pelas condutas de ar condicionado", etc. Só esta meia dúzia de aspectos dava assunto para vários posts.
Ao que parece nem tudo estava por resolver já que também me foi possível reter que "as ligações são feitas por portas corta-fogo". Mas não existindo registos corta-fogo no ar condicionado a eficácia daqueles elementos de compartimentação fica, à partida, comprometida. Lembro que os maiores responsáveis por baixas nestas situações são os fumos e gases e não o fogo.
E estamos a falar de um fogo numa cozinha, que foi extinto em cerca de 14 minutos e até tinha portas corta-fogo. Imaginemos uma situação mais grave, perfeitamente possível, já que uma situação de incêndio torna-se incontrolável em poucos minutos.
Sei que a minha preocupação deriva da minha formação e profissão, e que para a maioria dos cidadãos comuns estas preocupações estão longe das suas prioridades.
Toda a gente frequenta locais como o Hospital de Angra sem grandes preocupações com a sua segurança, sem imaginar sequer que, neste caso particular (mas não é o único), nada está feito, nem ao nível da Segurança nem ao nível da Emergência (para que não haja mal entendidos, não estou a referir-me à emergência médica, como é óbvio). Ao nível das instalações e da organização não tem, em minha opinião, qualquer capacidade para responder a uma situação interna grave.
Mais do que as promessas por cumprir, são estes os aspectos que tornam tão urgente o novo hospital em Angra.
Mas nem tudo é mau na Terceira em particular, onde há já muito trabalho feito nestas áreas, nem na Região em geral.
Do bom trabalho, e por estar a falar de hospitais, destaco o Hospital de Ponta Delgada, onde, para além de analisados e corrigidos alguns aspectos da segurança intrínseca das instalações, foi elaborado o Plano de Emergência, documento posteriormente acreditado, em termos de qualidade, de acordo com as exigências do King's Fund. Os responsáveis do hospital de Angra se precisarem de aprender nem sequer têm de ir longe.


Anónimos sempre houve, não é de hoje. Já vem de outros tempos.

Neste meu regresso, falta fazer um rápido comentário aos mails que tanto reboliço provocaram na nossa política caseira.
Para tal roubei o título deste post, cuja leitura recomendo pois está lá tudo dito.
Li um dos mails e, em minha opinião, não merece tanta indignação. Afinal de contas o que aconteceu foi alguém ter-se lembrado de passar a escrito o que já era comentado à boca pequena. E os comentários estariam a acontecer independentemente da cor partidária no poder. Não há aqui, portanto, lugar a donzelas ofendidas.
Pessoalmente, acho completamente indiferente se alguma daquelas coisas é verdadeira ou não. Nunca tive nem tenho quaisquer ilusões sobre o poder autárquico e em especial sobre as empresas municipais.
Nem admiro quem tem como ambição pessoal (ou profissional, o que ainda é pior) ocupar um lugar numa qualquer empresa municipal Praia ou Angra "Qualquer Coisa".
É a companha em marcha e a inevitável lavagem de roupa suja.

domingo, 5 de abril de 2009

Como estará o tempo no planeta em que vive Trichet? (1)

Desde que publiquei este post, decorreu praticamente um mês de trabalho ininterrupto, com prazos a cumprir, esforços para tentar receber o muito dinheiro que alguns clientes nos devem, com exames de fim de semestre pelos meio e a recuperação de informação de uma base de dados de um dos meus computadores que decidiu atingir o fim de vida.
Foram, por isso, poucas as oportunidades que tive para ler imprensa e em especial os blogs que acompanho com regularidade (incluindo a actualização deste).
Do que entretanto aconteceu, não posso deixar de destacar o que havia previsto: JCT baixou a taxa de referência do BCE para valores abaixo dos 1,5% depois da Euribor a 3 meses ter passado abaixo daquele valor. O homem continua um visionário.
Aquela taxa está agora em 1,25% e a Euribor a 3 meses em 1,479%. Vejamos qual das taxas irá ganhar a corrida até 1,24%.
É que a economia ainda não bateu no fundo e a Euribor só irá adquirir um andamento mais horizontal nos gráficos depois disso acontecer. Até lá é a queda livre.

Sida e Prevenção

Na mesma semana em que foi publicada a notícia da RIAC, que comentei no post anterior, decorreu na Escola Padre Jerónimo Emiliano de Andrade, em Angra, uma série de sessões sobre a SIDA e o uso dos preservativos. Curiosamente não encontrei qualquer notícia sobre o assunto na imprensa local, não obstante o interesse da iniciativa, já que foi dirigida a alunos dos 8º e 9º anos.
Foi com agrado que vi o meu filho, com os seus 15 anos, aparecer em casa com os seus primeiros 3 preservativos e a saber um pouco mais sobre o que já é a grande peste do nossos tempos.

Boas Práticas no Sector Público (1)

Foi com satisfação, mas também sem surpresa, que li no DI que a RIAC atingiu a final do concurso nacional de boas práticas na Administração Pública, que já havia comentado aqui.
A satisfação deve-se ao facto de premiar o trabalho de um punhado de jovens talentosos ligados ao projecto e não me surpreende o facto de chegar à final pois sei que é um projecto de qualidade inegável.
Facto curioso que ressalta da foto publicada no DI a propósito da notícia: a RIAC, em termos técnicos e de concepção, não deve nada a qualquer uma das caras conhecidas presentes, que, convenhamos, não percebem coisa alguma do assunto.

PECADOS CAPITAIS (10)


2. AVAREZA
2.6. FALSOS POBRES

"É muito custoso ser pobre em época onde a riqueza é estimulada ao nível das instituições. É como ter lepra. Os governos, em especial os ditos de esquerda, desesperam para transformar os pobres em burgueses. Têm vergonha dos pobres. Muitos foram falsos pobres. São piores que os capitalistas, que ao menos não escondem aquilo em que acreditam.
Os pobres intuem o insulto escondido atrás do discurso que declara guerra à pobreza. Não admira que quase ninguém queira ser pobre nos tempos que correm. Um pobre que não deseja ser pobre não é um verdadeiro pobre. Merece compreensão, mas não apoio. Apoiado, será dos piores inimigos da pobreza.
A sociedade que elogia a riqueza dá um tiro nos pés. Baseia-se num princípio errado, pois a vida em grupo deve buscar a coesão e a ânsia de riqueza não costuma estar associada à solidariedade, ao sacrifício e a qualidades comunitárias como estas.
Antigamente, havia outro tipo de falsa pobreza, de preferência no mundo rural. Era no tempo em que a filosofia contra os bens deste mundo mantinha povos coesos, com abundante “capital social”, como agora se diz. Muitos avarentos aparentavam quase miséria, com fortunas debaixo do colchão. Tinham vergonha de ser ricos.
Todos conhecemos a expressão “pobre e soberbo”, que designa uma terceira espécie de falsa pobreza. A frase classifica aqueles que recusam a ajuda que precisam. É das piores avarezas, pois quem não quer ser ajudado não quer ajudar. Recusar a dependência é recusar laços sociais.
O “pobre de espírito” também não é um pobre verdadeiro. O pobre verdadeiro quer ser pobre. Tal vontade revela conhecer a essência da Vida. A este nível é-se excelente, jamais miserável. Um homem destes é um bem social." - Mário Cabral in Diário Insular


PECADOS CAPITAIS (9)


2. AVAREZA
2.5. DIREITOS DE AUTOR

"O avarento mais descabelado é o intelectual contemporâneo. É sabido que a maior das riquezas é a espiritual, porque tudo o que é humano começa na vontade livre inteligente. Não é de estranhar, pois, que o paroxismo da sovinice seja atingido com a presunção dos direitos de autor.
Durante muitos séculos os artistas não assinaram as suas obras. Pressupunha-se que o estilo verdadeiro não precisava de assinatura, assim como a originalidade, que não é o mesmo que criatividade. A permissão da usura autorizou, também, a rubrica na obra-de-arte, ao mesmo tempo que se foi passando a voz de que o trabalho artístico era mais transpiração do que inspiração; certo é que começou a cheirar mal.
Até aos anos 80 do século XX ainda era comum encontrar académicos, cientistas e artistas que não tinham particular atracção pelos bens materiais. Na feira de vaidades que pode ser a vida do espírito, esta era uma nota de aristocracia antiga. O burguês encolhia-se diante da superioridade do sábio. Porém, o cenário foi invertido e na actualidade vende-se livros e quadros como se vendem sabonetes e cuecas.
Como seria de esperar, as leis do mercado afogaram a originalidade, que significa ir à Origem. Ninguém quer ir à Origem, porque a Origem não vende. Todos querem ser criativos, que é adjectivo transformado em substantivo para definir os que inventam a moda. Os “best-sellers” expulsaram a Poesia. O burguês papou o artista.
Os novos criativos são muito ciosos dos seus “direitos de autor”. Ora, todo o verdadeiro artista sabe que grande parte do seu trabalho veio de fora: do muito que leu e estudou e do muito que não sabe entender donde. E sabe ainda mais: que a fonte permanece para que jorre a água pura." - Mário Cabral in Diário Insular