sábado, 25 de abril de 2009

Valeu a pena!

Por ter acabado com Caxias e Peniche, as prisões sem culpa formada, a tortura, os bufos e os Tribunais Plenários, por nos livrar de Marcelo e de Tomás, por ter extinto a PIDE e a Censura Prévia, por ter livrado da guerra uma segunda geração de jovens e apesar do Estado que temos, dos impostos que nos suga, dos políticos reles, do mau Ensino, da Justiça que não funciona, da promoção da mediocridade, do caciquismo, do lambe-botismo, da indolência e da falta de esperança que teima em não nos deixar, valeu a pena!

Tê-lo vivido é um privilégio.

É esta expressão de liberdade, a liberdade de tudo poder ser questionado e tudo poder ser debatido, e a generosidade de militares como Salgueiro Maia, da qual nem sempre sabemos ser dignos, que devemos celebrar, e dizer, para que ninguém esqueça, que o 25 de Abril não tem donos.

Porque a história se repete, a Liberdade nunca é um dado adquirido. Conquista-se, constrói-se e vive-se. E por ela se morre também.

9 comentários:

  1. Foi para isto o 25 de Abril?

    Tráfico de influências nas Cidades de Angra & Praia.

    Só visto ver e ler para crer, tudo em: http://mynameisfairplay.blogs.sapo.pt/

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  2. Paulo,

    Apesar disso tudo valeu a pena.

    Desejo-lhe sinceramente os maiores sucessos pessoais aí pelos EUA.

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  3. Um e-mail anónimo, onde presumivelmente se difama gente por motivos politicos, é terrorismo.
    Quem divulga uma missiva, onde encapuçados tentam assassinar o caracter de pessoas, não é igual a eles?

    Haja bom senso, caros Paulo Almeida e Rogério Pereira!

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  4. Caro Guest,

    Tudo o que diz está muito certo.

    Só não entendo a pertinência do comentário a propósito da data que hoje se comemora e muito menos o que tenho eu a ver com o que refere.

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  5. "Apesar de tudo" valeu a pena. Apesar de tudo o quê?
    O que diz nos dois únicos comentarios anteriores, presumo.

    Dai a minha indignação.

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  6. A propósito das proezas abrilinas, gostaria de relembrar o seguinte:
    - a descolonização que a revolução gerou, precipitou milhares de portugueses uns contra os outros em Angola, Moçambique e Guiné, resultando mais de um milhão de mortos e estropiados. Calam-se e escondem porque eles eram pretos?
    - em Timor, portugueses como nós mas de raça malaia, que por amor à sua pátria evitam pisar a sombra da sua bandeira, foram abandonados à servidão, à aniquilação e à guerra, resultando daí mais de 100 000 mortos.
    - em S. Tomé e Cabo Verde, sem se darem ao trabalho de saber a vontade dos portugueses que lá viviam, brancos pretos e indianos, abandonaram-nos a potencias estrangeiras, sob a máscara da independencia.

    Ficamos por aqui.

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  7. Caro Desconhecido,

    Agradeço-lhe o esclarecimento, pois por momentos cheguei a pensar que podia haver nas sua palavras alguma insinuação sobre mails anónimos.
    O anonimato nunca foi o meu forte.
    Afinal não havia e o sentido do seu comentário era outro. Agradeço-lhe mais uma vez.
    Quanto aos seus últimos comentários devo dizer-lhe que continuo a achar que o 25 de Abril valeu a pena.
    E acho também que o actual regime, com todos os seus defeitos, e eu sou um crítico do actual regime, é melhor e moralmente superior ao regime do Estado Novo.
    Podia apresentar-lhe muitos argumentos, mas o facto de até esta hora nenhum de nós ter sido preso por trocar opiniões, embora divergentes, é prova suficiente dessa superioridade, em minha opinião.
    Sinceramente acha que estariamos melhores se em 74 tivessemos continuado com Caxias e Peniche, as prisões sem culpa formada, a tortura, os bufos e os Tribunais Plenários, com Marcelo e Tomás, com a PIDE, a Censura Prévia e uma guerra sem fim à vista?
    A sua referência à descolonização contém alguns factos inegáveis. Não é um processo de que nos possamos orgulhar enquanto país.
    Mas o erro não reside em Abril de 74. Abril de 74 é também um fruto desse erro, que remonta a 1961, quando Salazar decidiu avançar em força para Angola, em vez de procurar uma solução política que acautelasse também os interesses de todos os portugueses que tinham as suas vidas no Ultramar.
    Consigo perceber a mágoa e o azedume de quem tudo perdeu nesse processo. Tenho vítimas na família a quem isso aconteceu em Moçambique.
    Mas em 74 o país já estava ultrapassado pelo xadrez internacional e seria impossível acontecer algo diferente do que aconteceu. Enquanto fazíamos a guerra, americanos, soviéticos, chineses e países europeus fizeram, em interesse próprio, o que nós não soubemos fazer no início da década de 60.
    Era o "orgulhosamente sós", lembra-se?
    Quem pagou isso foram os nossos homens que morreram em África e as suas famílias e depois os que ficaram espoliados do trabalho de uma vida inteira.
    Quanto às vítimas das guerras civis pós-independência em Angola, Moçambique e Guiné merecem-me todo o respeito. Acho também que como países mereciam mais mas, enquanto a corrupção for um modo de vida, não será diferente.
    Tenho os meus preconceitos, como certamente terá os seus. Mas entre eles não se conta algum relativo à cor da pele.
    Conto entre os meus amigos com cabo-verdeanos, guineenses, angolanos, moçambicanos, brasileiros. Uns são pretos outros não. Essa condição não é problema, nem para eles nem para mim.

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  8. Após 35 anos ainda estamos nesta polémica?
    Valha-nos S. António (que não o Oliveira Salazar)!

    Fernando Lino
    um amigo de Peniche

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  9. Olá Fernando,

    É sempre com gosto que vejo aparecer por aqui amigos de Peniche.
    Quanto à polémica tem razão, hoje não se justifica, mas há ainda quem não se conforme que aconteceu.

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