Para quem tem memória da época, decerto lembrará o que foi o 1º de Maio de 1974. Foi um dia memorável mas condenado a não se repetir.
Para quem não tem essa memória convém relembrar que foi a maior manifestação alguma vez ocorrida no nosso país. Só em Lisboa estima-se que tenha juntado quinhentas mil pessoas.
Foi também a última vez que se festejou o 1º de Maio vendo juntas figuras políticas como o Soares e Cunhal, recentemente regressados a Portugal.
Isso deveu-se em grande parte ao domínio do PCP dentro da CGTP-Intersindical, que ainda hoje se mantém, consagrado no seu I Congresso realizado em Julho de 1975, e à promulgação de legislação na mesma altura que impunha o principio da unidade orgânica, impondo a Intersindical como a central nacional única dos trabalhadores portugueses. Saíamos do famoso modelo corporativo de Salazar para adoptarmos outro do mesmo tipo.
Foi esta unicidade forçada e desde logo rejeitada por quem não se identificava com o modelo que levou à criação em 1978 da UGT.
Porque também é o meu dia, apesar de ser um misto de dia de trabalho e de descanso, e em especial da minha companheira de mais de 20 anos, trabalhadora incansável e dedicada nascida neste dia, merece ser celebrado.
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