3.2. PERVERSÕES SEXUAIS
"A diferença específica da pessoa humana, enquanto corpo natural, é a sua racionalidade, motivo suficiente para regermos a acção moral pela dedução lógica. O comportamento derivado doutra fonte tende para a promiscuidade.
Temos outras aptidões, a exemplo: os sentimentos, as sensações e os instintos. Quanto mais descermos esta escada, mais nos afastaremos da nossa essência e do fim último para o qual tendemos naturalmente, que é a contemplação.
Definir-se pela sexualidade é uma contradição nos termos e uma imoralidade: se somos capazes de nos definir assim é porque somos conscientes e, se somos conscientes, é porque somos mais do que animais de desejos; o desejo não é bom em si e só se torna aceitável num contexto racional.
O desejo bruto é um perigo social e político, detectado por todas as culturas. Elegê-lo por objectivo de vida é aniquilar a sociedade pela base. É claro que as relações sexuais dão prazer; mas também o dão comer marisco e beber cerveja e não definimos o ser humano como um animal que come marisco e bebe cerveja. Mesmo que não adviesse nenhum perigo daqui, é inegável que uma pessoa inteligente é mais interessante do que uma lasciva.
Só há uma razão lógica para agir em conformidade com os desejos sexuais: a reprodução. A espécie humana desdobra-se em dois sexos que se complementam para continuar a descendência. As relações sexuais devem exprimir o amor, movimento da vontade e, como tal, superior aos instintos. O amor é exclusivo; logo, o casamento impõe-se a quem ama de verdade, assim como a família, apelo do infinito.
O casamento monogâmico é a aliança perfeita entre a natureza e a cultura.
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