sexta-feira, 10 de junho de 2011

Maranatha (72)

VIII. RELIGIÃO

6. DEMONSTRAÇÃO, PERSUASÃO E COACÇÃO

"Os argumentos devem ser válidos, verdadeiros e bons.
A fé católica, entendida como um sistema, é demonstrável, ou seja, não tem contradições internas. Isto mesmo sempre foi confirmado pelos melhores filósofos de todos os tempos, incluindo o nosso.
Um sistema lógico não tem de ser verdadeiro, bastando-lhe ser válido. Certos lógicos divertem-se a inventar mundos perfeitos... mas que não existem, na realidade.
É fácil de ver que um sistema válido, mas de fantasia (ex. "Alice no País das Maravilhas"), é menos sólido que outro, válido e que é corroborado pela realidade. O Cristianismo tem um fundo histórico irrecusável.
Não há um sistema mais completo do que o católico; portanto, ele é o melhor.
Mesmo assim, não interessa à Igreja Católica ser apenas demonstrativa. Há uma espécie de coacção na prova lógica e matemática e no pensamento bem ordenado, em geral. Ora, o Cristianismo requer a liberdade e o amor, e obrigar alguém a amar é uma dupla contradição nos termos.
O discurso argumentativo não aquece nem arrefece: é aquilo que é, e pronto. Está certo ou errado, e mais nada.
A vida verdadeira é mais do que isto.
É a diferença que vai da filosofia à religião.
O discurso e a prática religiosa devem ser retóricos, persuadir e encantar pelo exemplo, cientes de que o homem, se quiser, teima que o branco é preto. A religião joga bastante no campo das artes - não é por acaso que sempre se deu bem com elas.
Daqui não se conclui que cada qual vai rezar o Credo à sua maneira. Quem é cativado, entende a lei da Cruz como redenção.
Em resumo:
(1) A fé católica é a Verdade.
(2) A Verdade deve ser vivida.
(3) Para ser vivida, a Verdade tem de ser amada.
(4) Amar é obedecer de livre e espontânea vontade." - Mário Cabral in Diário Insular

Sem comentários:

Enviar um comentário