sábado, 20 de agosto de 2011

Maranatha (81)

IX. CONCLUSÃO

5. CENSURA

"Em Maranatha vai haver uma grande tentação para usar a censura.
Basta olhar o mundo actual: jornais de escândalos que destroem vidas de pessoas idóneas; programas de televisão obscenos; partidos políticos com projectos anti-sociais; modos de vida que são insultos contra a natureza; etc.
Compreendemos que uma comunidade conservadora sentirá o estômago às voltas, em contextos análogos.
Não se pense que não há censura nos dias que correm! Ann Coulter está proibida de entrar em várias universidades canadianas! Lembre-se o que aconteceu ao Papa; proibido de falar numa universidade chamada "de la Sapienza"!
Cada regime tem o seu estilo, mais ou menos explícito. Como sempre, é pior o estilo dissimulado ("Livrar dos sonsos!") do que o explícito, que se justifica.
Mas nós esforçar-nos-emos, por todos os meios, por evitar cair na tentação da censura.
O ponto está na adequada definição de liberdade, cujo sentido os modernos inverteram, como com muitos outros conceitos.
A liberdade está directamente relacionada com a razão; significa "deliberar". A razão busca um acordo universal - pelo que a liberdade é, antes de tudo, um libertar-se de instintos e de caprichos psicológicos.
Enfrentemos destemidos o tabu da "liberdade de expressão", contrapondo-a ao direito privado: uma coisa é falar de pessoas, outra falar de factos e ainda uma terceira diferente é falar de ideias.
Só medíocres se ocupam de falar mal de outras pessoas. Quase nunca há interesse político em assuntos do foro pessoal. Discutir factos implica apresentar provas (o boato é típico do falar das outras pessoas). A discussão filosófica séria não pode ser impedida.
Ser livre é ser imputável.
Não vale confundir autoridade com censura." - Mário Cabral in Diário Insular

Sem comentários:

Enviar um comentário