V. EDUCAÇÃO
5. VISÃO
"Uma pessoa morre com falta de ar nas escolas actuais, tão grande é a ausência de horizontes. Bem podem abrir janelas mais largas que paredes - até dar aulas nos pátios! É a alma que grita, de apertada que está!
Este cancro deriva do afogamento das Humanidades, o que se pode provar com os testes que pegaram moda; chamam-lhe "testes de resposta fechada", e está tudo dito. Fechada é pouco; claustrofóbica.
Teme-se a "subjectividade" das Letras, como se não houvesse rigor nos estudos clássicos, como se não fossem estes a tratar o ser humano à altura da sua dignidade transcendente, como se não fossem estes que abrem horizontes e semeiam a visão, a liberdade do espírito que procura o mais além.
Formam-se escravos - pois que nome se há-de dar aos alienados que procuram ser todos iguaizinhos e que se digladiam por décimas de notas e cujo fim é tão só adquirir um empregozito de funcionário público que ganhe o quanto baste para consumir o que estiver na berra?
Em Maranatha os estudos humanísticos dominarão o secundário. Visaremos a formação de pessoas com asas e sonhos nos olhos. A frescura do Infinito voltará a circular no espírito.
Isto apenas se consegue lendo a melhor Literatura e os expoentes filosóficos. Para tanto, precisamos de aprender Grego e Latim, línguas muito mais vivas do que o Inglês. Não usaremos manuais, mas sim os livros dos filósofos da Hélade e os poetas latinos, traduzidos e imitados nas aulas de oratória e retórica.
E a História voltará em força e seriedade, tal como a Geografia, para que aprendamos a evitar as ditaduras obscurantistas, que apregoam a modernidade com o intuito de esconder o muito que o Passado tem para dizer sobre o que seja a liberdade." - Mário Cabral in Diário Insular