V. EDUCAÇÃO
7. MEMÓRIA, ENTENDIMENTO E VONTADE
"Em Maranatha não permitiremos o uso de máquinas calculadoras até ao secundário, pelo menos; nem de outra qualquer máquina que possa perigar o sério desenvolvimento das aptidões naturais do ser humano.
Há um novo-riquismo intolerável no uso de Magalhães, nos sumários feitos por computadores em rede e quejandos. Não teremos nenhum pudor em usar as novas tecnologias sempre que se justificar a excelência pedagógica - por exemplo, uma aula de Geografia ganha muito com um quadro multimédia ligado à Internet.
Não é disto que se está a falar. Está-se a falar da completa ignorância moderna acerca da psicologia humana. É óbvio que a memória é uma capacidade que se desenvolve milagrosamente nos primeiros anos de vida, ao contrário da inteligência e da criatividade, que vêm com o tempo, quando vêm.
As crianças têm um grande gosto em decorar lengalengas, tabuada e coisas afins. É a altura certa para saberem de cor gramática, regras de lógica, nomes de rios e de países, orações, etc.
Os antigos sempre souberam que a inteligência não pode funcionar sem os dados que estão gravados na memória. Os snobs dos modernos olham com desdém para o "marranço" e enchem a boca com palavras tais como "originalidade", "criatividade"...
Esperemos sentados. Dão-se alvíssaras aos génios que saiam das escolas actuais.
E a nossa terceira frente de batalha será a vontade, tão esquecida no ensino de hoje que até mete impressão! Em Maranatha não vai ser como agora, onde cada um decide fazer o que quer, quando quer, do modo que bem entende. Conclusão: ninguém faz quase nada.
A vontade é o freio do desejo. Teremos regras para serem cumpridas à risca: horários, réguas, esquadros, mapas, planos, códigos deontológicos." - Mário Cabral in Diário Insular
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