V. EDUCAÇÃO
9. TEOLOGIA
"Hoje, ninguém sabe ao certo para que serve estudar. As respostas dadas não satisfazem, para além de soarem a insulto às disciplinas em questão.
Veja-se a Matemática. Quem é que estuda matemáticas puras, hoje em dia? O candidato a Medicina toma-a como um xarope, que odeia. E Medicina? Quase sempre é o meio para ter casa com piscina. As Humanidades são refugo de medíocres.
Uma pessoa compreende logo que barriguinha cheia e poucos baldões não é suficiente para a alma humana. Assim, a questão não fica resolvida, na prática.
Isto começou no século XVII, quando os empiristas decidiram que a Natureza não tende para um fim. Ora, tal era uma certeza evidente da filosofia antiga: que as roseiras tendem a dar rosas, os sapos sapinhos - e que o Homem procura a felicidade.
Aprender é uma viagem. Quando se parte convém saber para onde nos dirigimos. Se não for assim, vaguearemos, ao sabor da onda, entusiasmados com o modo como isto e aquilo funciona, durante uns tempos, como as crianças que descobrem um jogo novo.
O problema sério e de fundo do Conhecimento actual é o seu esboroamento, que não traz felicidade a ninguém. Não admira que os professores doutores acreditem na astrologia e consultem a bruxa.
Aristóteles definiu a Teologia como o horizonte da Ciência verdadeira; foi levado pela razão, não pela fé. No séc. XIII, São Boaventura descreveu o Itinerário que dá sentido ao trajecto da Sabedoria; e no séc. XXI MacIntyre chegou à mesma conclusão.
Em Maranatha teremos só um tipo de Doutoramento: em Teologia, seja qual for a área do saber, funcionando este como o pi para a matemática, ou seja, como a irrecusável presença do simétrico e do harmonioso, da Beleza Inteligível por toda a parte." - Mário Cabral in Diário Insular
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