5. A GULA
5.5. TRANSGÉNICOS
"Os alimentos transgénicos são aqueles cujas sementes foram alteradas em laboratório. A utilização prática visa evitar pragas (insectos, fungos, vírus). Enxertias e cruzamentos animais sempre foram práticas agrícolas comuns; nunca levantaram problema moral.
Há que distinguir com grande rigor as engenharias genéticas com plantas, e mesmo com animais, daquelas que são executadas sobre a pessoa humana, pertencente a um reino ontológico superior. Não o fazer é reducionismo.
Sendo justificada, a polémica que envolve os transgénicos não acontece ao mesmo nível dos debates bioéticos relacionados com o genoma humano. As duas são questões morais: mas esta chama a ontologia e a metafísica, enquanto aquela se liga à economia e à política.
É, aliás, um campo ideal para se ver os partidos a dar cambalhotas, na falta de fundamentos seguros. Esperar-se-ia que a esquerda bem pensante defendesse os AGM, pois o ganho no combate à fome é óbvio, em especial nos países pobres de África; para além de que o uso de adubos e herbicidas é reduzidíssimo.
Mas a esquerda, que não se rala nada com o aborto, ou com as experiências com células estaminais, tem um ataque de caspa quando as moscas supostamente ficam infectadas, ou com as alergias… não sexualmente transmissíveis, claro!
Por outro lado, porque há-de a Europa proibir os AGM? Sorrir: há a lavoura europeia, há as empresas europeias de produtos herbicidas e pesticidas…Ou seja, o terreno está minado, como sempre esteve, entre os tolinhos e os interesseiros.
Mas há crianças que morrem de fome. Uma criança a morrer de fome é infinitamente pior do que dez mil moscas envenenadas. Merece que o caso seja estudado, a favor da justiça, do bem e da alegria." - Mário Cabral in Diário Insular
5.5. TRANSGÉNICOS
"Os alimentos transgénicos são aqueles cujas sementes foram alteradas em laboratório. A utilização prática visa evitar pragas (insectos, fungos, vírus). Enxertias e cruzamentos animais sempre foram práticas agrícolas comuns; nunca levantaram problema moral.
Há que distinguir com grande rigor as engenharias genéticas com plantas, e mesmo com animais, daquelas que são executadas sobre a pessoa humana, pertencente a um reino ontológico superior. Não o fazer é reducionismo.
Sendo justificada, a polémica que envolve os transgénicos não acontece ao mesmo nível dos debates bioéticos relacionados com o genoma humano. As duas são questões morais: mas esta chama a ontologia e a metafísica, enquanto aquela se liga à economia e à política.
É, aliás, um campo ideal para se ver os partidos a dar cambalhotas, na falta de fundamentos seguros. Esperar-se-ia que a esquerda bem pensante defendesse os AGM, pois o ganho no combate à fome é óbvio, em especial nos países pobres de África; para além de que o uso de adubos e herbicidas é reduzidíssimo.
Mas a esquerda, que não se rala nada com o aborto, ou com as experiências com células estaminais, tem um ataque de caspa quando as moscas supostamente ficam infectadas, ou com as alergias… não sexualmente transmissíveis, claro!
Por outro lado, porque há-de a Europa proibir os AGM? Sorrir: há a lavoura europeia, há as empresas europeias de produtos herbicidas e pesticidas…Ou seja, o terreno está minado, como sempre esteve, entre os tolinhos e os interesseiros.
Mas há crianças que morrem de fome. Uma criança a morrer de fome é infinitamente pior do que dez mil moscas envenenadas. Merece que o caso seja estudado, a favor da justiça, do bem e da alegria." - Mário Cabral in Diário Insular
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