Uma notícia de primeira página do expresso desta semana traduz em números aquilo que todos já sabíamos: emigram para o estrangeiro uma centena de licenciados por mês.
Li a notícia com curiosidade, mas sem surpresa, depois de ter recebido outra da partida de mais um amigo para Angola.
O motivo da partida é o de sempre: fechou a pequena empresa que tinha antes de se ver numa situação insustentável.
E não vendia chouriços ou banha da cobra. Vendia serviços de engenharia, que têm por base altas qualificações e muitos anos de dedicação e sacrifícios. Do próprio, da família e, em última análise, do país, que investe na formação de quadros que depois despreza.
Por isso, qualquer discurso sobre retomas e de apelos ao empreendedorismo só pode vir de quem nada sabe sobre o assunto. A crise internacional pode estar a passar, mas a doméstica é muito mais profunda e não vai desaparecer com discursos de optimismo.
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