6. A IRA
6.5. JORNALISMO
"Ensinam nas escolas de jornalismo que não há notícias objectivas. É mais uma variante do cepticismo contemporâneo. Está errado e é ensinamento relativista de grande perigo. As consequências devastadoras já estão à vista.
O princípio subjacente a esta suposta verdade é um paradoxo: o jornalista que assume que nenhuma notícia é objectiva é um mentiroso declarado e não pode querer que o levem a sério, pois a notícia que ele dá é apenas mais um ponto de vista sobre a realidade que, pelos vistos, segundo ele, ninguém sabe o que seja.
Mesmo não sendo um paradoxo, este pressuposto teórico continua a ser falacioso. É do senso comum que as pessoas entendem-se mais vezes sobre a realidade do que o contrário, mesmo que esta realidade tenha a ver com sentimentos e sensações.
Exemplificando: a afirmação «o carro vermelho teve um acidente» é passível de entendimento universal. Quem disser que a cor é subjectiva está a ser relativista. Todos sabem que as cores que o ser humano percepciona derivam do modo como a luz afecta os nossos nervos oculares. Todos sabem que o daltónico que vê castanho em vez de vermelho é a excepção. Se o carro não é, na realidade, vermelho, então não existe – pois pode afirmar-se que é um aglomerado de átomos, electrões, protões, quanta… mais vazio do que cheio.
Mesmo quando se diz: «O vermelho é uma cor estimulante e não deve pintar-se uma enfermaria desta cor», o comum das pessoas concorda. A moda de que os juízos de valor são subjectivos é preguiça. Mesmo que fossem, poderíamos sempre argumentar acerca de qual a opinião mais consequente.
O jornalista deverá procurar sempre a verdade dos factos e, se quiser interpretá-los, deverá apresentar argumentos plausíveis." - Mário Cabral in Diário Insular
6.5. JORNALISMO
"Ensinam nas escolas de jornalismo que não há notícias objectivas. É mais uma variante do cepticismo contemporâneo. Está errado e é ensinamento relativista de grande perigo. As consequências devastadoras já estão à vista.
O princípio subjacente a esta suposta verdade é um paradoxo: o jornalista que assume que nenhuma notícia é objectiva é um mentiroso declarado e não pode querer que o levem a sério, pois a notícia que ele dá é apenas mais um ponto de vista sobre a realidade que, pelos vistos, segundo ele, ninguém sabe o que seja.
Mesmo não sendo um paradoxo, este pressuposto teórico continua a ser falacioso. É do senso comum que as pessoas entendem-se mais vezes sobre a realidade do que o contrário, mesmo que esta realidade tenha a ver com sentimentos e sensações.
Exemplificando: a afirmação «o carro vermelho teve um acidente» é passível de entendimento universal. Quem disser que a cor é subjectiva está a ser relativista. Todos sabem que as cores que o ser humano percepciona derivam do modo como a luz afecta os nossos nervos oculares. Todos sabem que o daltónico que vê castanho em vez de vermelho é a excepção. Se o carro não é, na realidade, vermelho, então não existe – pois pode afirmar-se que é um aglomerado de átomos, electrões, protões, quanta… mais vazio do que cheio.
Mesmo quando se diz: «O vermelho é uma cor estimulante e não deve pintar-se uma enfermaria desta cor», o comum das pessoas concorda. A moda de que os juízos de valor são subjectivos é preguiça. Mesmo que fossem, poderíamos sempre argumentar acerca de qual a opinião mais consequente.
O jornalista deverá procurar sempre a verdade dos factos e, se quiser interpretá-los, deverá apresentar argumentos plausíveis." - Mário Cabral in Diário Insular
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