quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

2009

Termina hoje mais um ano.

Balanço do que teve de mau:
- Como 2008 deixava antever, houve cada vez mais clientes a pagar tarde e a más horas (alguns deixaram simplesmente de pagar), com o Estado (nas suas diversas formas) e as Câmaras Municipais incluídos;
- Descobri, sem surpresa mas com mágoa, que o meu banco não passa de um bando de agiotas, razão pela qual o utilizo cada vez menos;
- Continuei ser considerado apenas enquanto pagador líquido de impostos; este ano o Estado já me levou, entre impostos e contribuições, mais de 16% da facturação (valor mais elevado de sempre) apesar de ainda ter por receber cerca de 45%; e ainda falta fazer contas ao IRS e ao IRC;
- Não houve férias (mais uma vez);
- Trabalhei 12 horas, 6 a 7 dias por semana (o que não seria mau se valesse a pena);
- Tive em alguns meses de optar entre pagar impostos e salários;
- Fui ameaçado de penhoras;
- Fui tratado por arguido quando me atrasei a entregar o saque mensal da Segurança Social;
- Continuei a não fazer parte do país onde tudo corre bem, que tem ordenado certo ao fim do mês, que passa férias na Suíça e em NY, que se reforma aos 45 anos, da região onde o PIB cresce que se farta e onde o desemprego é apenas má língua (tinha 2 empregados, agora só tenho 1); parece que pelo menos uma parte do país é assim, mas eu não o conheço, apenas o pago.

Balanço do que teve de bom:
- Houve saúde;
- Houve trabalho;
- Deixou a sensação de ter sido um dos anos mais rápidos de sempre, o que foi bom, já que faz com 2008 um par negro;
- Não foi tão mau como 2003 (vou levar muito tempo para esquecer 2003, Guterres e Ferreira Leite), pois apesar de ter deixado de haver crédito houve trabalho.

Certezas para 2010 (e seguintes):
- Estou completamente de acordo com o presidente do meu banco: o futuro das gerações mais novas não passa decerto, infelizmente, por Portugal; o futuro da minha geração, e o meu em particular, é neste aspecto um assunto também a ponderar;
- Apesar do agiota meu banco e do Estado insaciável não vou deixar que me fechem as portas; quando o fizer vou-me embora;
- Vou continuar a estudar, apesar dos custos, do esforço e da falta de tempo; o prazer que me dá compensa;
- A educação do meu filho vai ser cada vez mais uma prioridade absoluta que não vou deixar nas mãos incompetentes do Estado; vou garantir que quando estiver farto dos sócrates e afins pode ir embora e mandá-los lamber sabão;
- Vai haver trabalho e como gosto de trabalhar, neste aspecto vai ser um bom ano;
- Vai continuar a não haver crédito; os juros e os impostos vão subir, o que o fará um ano pior;
- Vai marcar ainda o fim da crise na Europa; vai, por isso também, deixar de servir de desculpa para os nossos problemas domésticos (que irão durar para lá de 2013) e para a incapacidade e incompetência de quem governa o nosso pobre país;
- O Sócrates não vai acabar a Legislatura;
- O Carlos César vai ganhar a corrida à liderança do PS Açores e transformar-se numa versão rosa do Mota Amaral;
- Vou receber o novo ano como recebi o Natal: com a família que é possível reunir e com os amigos que estão próximos; e tal como no Natal, faço votos de um ano próspero para todos, sem excepção.

As expectativas não são grandes. Vai ser andar e ver.

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