domingo, 21 de fevereiro de 2010

Maranatha (5)

I. INTRODUÇÃO

5. PORQUE É QUE ESTAMOS JUNTOS?

"A resposta a esta pergunta não interessa do ponto de vista histórico. Mas, seja qual for a nossa interpretação do facto de vivermos em sociedade, as consequências serão decisivas para hoje e para o futuro.
No geral, os antigos consideraram que a pessoa humana melhora as suas capacidades em grupo. A máxima de Aristóteles: «O Homem é um animal político», significa que temos necessidades básicas que só se desenvolvem numa comunidade. A sociedade é um bem, e a solidão um mal. O Estado surge naturalmente para concretizar o Bem Comum.
Os modernos discordam deste optimismo. São desconfiados e pessimistas. Afrontam a pessoa humana, em concreto na liberdade. Falemos de três das suas interpretações.
Em Leviatã, Hobbes apresenta o estado natural dos homens como egoísta e mesquinho; matar-se-iam numa «guerra de todos contra todos» se, por uma questão de bom senso, não apelassem ao poder dum só. Esta é a base do absolutismo.
No oposto está Rousseau, com o seu “bom selvagem”: o homem nasce bom, a sociedade é que o perverte com as suas desigualdades. Há que procurar o paraíso perdido, o que as revoluções comunistas intentam.
Locke entende que todos são iguais em liberdade original. Gera o individualismo político, considerando que o Estado é uma convenção, uma espécie de contrato para cada um viver a sua própria liberdade com a menor restrição. Eis o liberalismo.
Em Maranatha partiremos das seguintes evidências: estamos juntos, o ideal é amarmo-nos mas não somos anjos. O amor não é obrigatório mas pode-se exigir o Bem Comum, declinável do Direito natural.
O Bem Comum não é a soma dos bens particulares, nem é decidido por voto e por conveniências. Está inscrito na racionalidade humana.
" - Mário Cabral in Diário Insular

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