IV. ECONOMIA
7. O. N. G.’s
"Deve distinguir-se justiça de caridade: aquela está sempre ligada à razão; os seus pressupostos, e as leis e proibições deles derivados, são obrigatórios para quem usa o pensamento com a orientação natural, que é lógica e dialéctica.
Caridade e misericórdia ultrapassam a justiça para cima, no sentido em que se compadecem mesmo de quem não é merecedor. O justo pode não ser piedoso; o piedoso nunca é injusto.
O Estado não deve praticar políticas de caridade. O efeito é perverso: a pessoa preguiçosa, ou com outras falhas morais, é levada a supor que tem direito a isto ou àquilo, invertendo os valores. Gera-se mal-estar social e injustiça em relação àqueles outros cidadãos que, sem defeito moral, precisam mesmo de ajuda, por terem sofrido um infortúnio da sorte.
Ao contrário, quando alguém recebe o apoio que sabe não merecer, não tem por direito aquilo que é uma graça. É tocado moralmente e pode vir a reabilitar-se. A segurança social, sem uma discriminação fina, degrada a condição humana, enquanto a caridade a redime.
Foi por ideologia que os iluministas denegriram a “caridadezinha”; foi para acabar com a Igreja Católica. Desta forma, surgiram os reis absolutistas, que vieram ensombrar o sistema monárquico.
O totalitarismo nunca mais nos largou.
A Igreja está directamente vocacionada para lançar mão das obras de misericórdia; é uma obrigação do seu Credo. Por esta razão, e pela História, é a O.N.G. primeiríssima, em todos os seus campos de acção.
Mas nós, em Maranatha, vamos ter muitas organizações independentes, conforme o carisma próprio de cada: seja religioso, seja humanitário, seja ecológico. O Estado jamais abafará a Cultura, por disfarçados desejos de poder ditatorial." - Mário cabral in Diário Insular
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