IV. ECONOMIA
9. RELAÇÕES INTERNACIONAIS
"Há uma anedota que se conta com frequência sobre o facto de os isqueiros terem sido proibidos na ditadura. Dito assim, sem enquadramento, dá vontade de rir.
Facto é que não eram fabricados no País e a sua importação punha em risco a indústria portuguesa dos fósforos. A solução encontrada é discutível, mas o princípio subjacente que a ela conduziu é completamente defensável.
Não se pode tolerar que o estrangeiro destrua a economia nacional com base num princípio interesseiro como o do mercado livre, que nunca é tão equilibrado como deveria.
Nem sempre os produtos que entram são melhores que os nossos, embora possam vir a destruí-los, repare-se nas lojas dos chineses - ou no pronto-a-vestir fashion, que não chega à virola das calças dum fato de alfaiate.
Os consumidores vão gritar pelos seus direitos - decadência. Há é que defender a qualidade do produto e o empenho do artista. A troca do trabalho das nossas mãos é mais que a moeda que o paga.
Outro exemplo de relações internacionais pode ser dado com a base das Lajes. Se Maranatha fosse a Terceira, iríamos ter de saber jogar com o interesse da superpotência americana. A renda poderia servir para investirmos nas energias alternativas, que são caras.
Mas nunca estaríamos dependentes deste negócio, nem nos encheríamos de luxo por sermos pechinchinhos mas termos algo assim invejável - até porque já nem é.
Bom, mesmo, é Maranatha ser pobre. Nada mais perigoso que possuir petróleo ou ser importante do ponto de vista geoestratégico. Ninguém cobiça um país pobre. Assim, distanciada das praças internacionais, a nossa cidade encarregar-se-á de acudir às suas próprias necessidades, sem preocupações de excedente, outrossim de excelência." - Mário Cabral in Diário Insular
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