VI. JUSTIÇA E DEFESA
4. PERTENÇA, PROPRIEDADE E PRIVACIDADE
"Num de repente, ninguém quer ser de ninguém, acto de rebeldia tonta a que chamam liberdade. Quem não quer dar a mão para a dança de roda social anda por aí à deriva, parecendo feliz até perder beleza, dinheiro e saúde. Quem não gosta de pedir favores não gosta que lhe peçam favores, está entregue à solidão e ao egoísmo.
Em Maranatha, vamos ser uns dos outros, a começar pelo marido, a quem a mulher chamará "o meu homem"; e pela mulher, a quem o marido chamará "a minha patroa". Eles não são "companheiros" duma aventura que dura o que durar. São o lado exterior de si próprios, para todo o sempre.
Quem não é de ninguém é um pobre de Cristo, sem uma alma que o possa ajudar. O Amor possui, o Ódio é que afasta. Quem ama protege, ampara e favorece. A pessoa amada deixa de ser uma qualquer - é a eleita. Quando isto não se passa, o outro é reduzido a um objecto de consumo, o que é abjecto.
Claro que uma coisa é ter pessoas, outra é ter bens materiais, mas a analogia é muito forte, para ambas as pontas. Os laços de responsabilidade moral exigem a propriedade privada e o trabalho; estes são o chão ideal para a economia, por causa dos instintos básicos.
Quem não pertence a ninguém, perde o pudor e a privacidade não lhe diz nada. Os olhares dos outros são todos iguais. Não há exterioridade porque não há interioridade; não há segredos porque não há encantos.
Portanto, as leis de Maranatha serão do seguinte teor: abstinência antes do matrimónio; fidelidade dentro do pacto conjugal; leis contra a prostituição, a pornografia e o atentado ao pudor (Facebook e wikileaks); e proibidos modelos alternativos de relação, saúde paga pelo Estado e sistemas económicos comunistas e socialistas, em geral." - Mário Cabral in Diário Insular
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