O ensino da matemática

"Claro que, por definição, é o sistema de ensino que tem a ver com a actual situação. A actuação dos professores e dos alunos é sempre enquadrada e uma consequência do sistema de ensino em que se inserem. O sistema educativo é, talvez, a única alavanca de mudança do país. Na minha opinião, um sistema de ensino tem de promover a avaliação externa (exames) mais frequente durante o percurso escolar, tem de realçar a necessidade de rigor e exigência, assim como premiar o mérito e, sobretudo, tem que ter, durante alguns anos, estabilidade de conteúdos e programas, bem como uniformidade dos critérios de avaliação e semelhante grau de dificuldade dos exames que permita avaliar a evolução do estado do ensino. Os alunos têm de ser preparados para a vida profissional e têm que sentir, na escola, que o esforço e persistência compensam, e que isso os habilita melhor a ultrapassar as dificuldades e obstáculos que a vida lhes apresenta.
O que de mais importante se pode fazer pelos jovens é dar-lhes disciplina, método, capacidade intelectual, capacidade de pensar e de formular problemas. (...)
(...) Penso que há muito tempo se pensou e se deixou passar a ideia de que os alunos aprendem sem trabalhar. Depois essa ideia disseminou-se e propagou-se a quase tudo. O problema cultural com a Matemática é no fundo o problema que temos com tudo o que exige tempo e reflexão. É o problema da resistência ao trabalho. É o problema de preferirmos o lazer ao esforço. Tem que se criar não só o gosto pela matemática, mas sobretudo passar a mensagem que só com estudo, com esforço, com persistência conseguimos adquirir conhecimentos que nos serão úteis e trarão benefícios futuros." - Augusto Elavai no Diário Insular

O actual Director do Serviço Regional de Estatística deu uma pequena entrevista ao DI onde revela saber bem o que falta para um bom ensino e aprendizagem da matemática.

Não era de esperar menos de quem já esteve ligado ao ensino desta disciplina e o fazia bem.