sábado, 5 de março de 2011

Maranatha (59)

VII. CULTURA

3. VERDADE E CULTURA

"A maioria das pessoas não conhece os fundamentos da era moderna; é urgente informá-las, por duas razões: primeira, sofrem as dores de um veneno que tomaram mesmo antes de nascerem e que não é imperioso que continuem a beber; segunda, no seu dia-a-dia expressam convicções profundas que têm uma raiz conservadora.
Um dos absurdos defendido pelos filósofos e cientistas modernos é que não é possível ao ser humano atingir a Verdade. Se não é possível atingir a Verdade, então todos os pontos de vista são relativos e é tão válido afirmar "Isto é assim" como "Isto é assado".
A contradição nos termos é evidente e conhecida.
A Verdade, o Bem, o Justo e o Belo jogam na mesma equipa. Se não é possível atingir a Verdade, levantam-se dúvidas sobre a certeza do Bem, do Justo e do Belo. É isto que se chama relativismo.
O relativismo é grave porque permite o mal, o injusto e o feio.
O passo seguinte é o niilismo. Nietzsche definiu-o: é quando os valores absolutos deixam de fazer sentido. Os adolescentes do séc. XX andaram com Nietzsche debaixo do braço, sem compreenderem a bomba que levavam no sovaco. Hitler leu Nietzsche.
Em Maranatha, voltaremos a introduzir o discurso acerca da Verdade, grafada com maiúscula. Ensiná-lo-emos claramente aos nossos alunos: mesmo que não nos fosse possível, teoricamente, atingir a Verdade (o que é falso; a Metafísica sempre o conseguiu), pressuporíamos a necessidade prática dela, como o Norte da vida social e política.
Não há cultura respeitável sem o chão da Verdade. Todas as tentativas artísticas pós-modernas se esfarelam porque vagueiam num mar indeterminista, no qual são vagas ao sabor do acaso.
O feio e o mal feito é inevitável.
É a tragédia do vão combate." - Mário Cabral in Diário Insular

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