sábado, 23 de janeiro de 2010

Maranatha (1)

1. A PESSOA HUMANA

"Uma sociedade é tanto mais perfeita quanto mais respeitar a pessoa humana na sua integridade. Em Maranatha a pessoa humana será reverenciada desde o primeiro dia da sua vida individual até ao último.
Existe a possibilidade real doutro tipo de pessoas, em concreto os extraterrestres, os anjos e Deus. Ocupar-nos-emos delas no último capítulo desta série de crónicas.
No mundo físico tal e qual o conhecemos, em 2010, os seres humanos são os únicos a merecer esta designação. Considera-se pessoa todo o ser capaz de consciência, vontade livre, afectividade e tendente à relação, através da linguagem.
Sabemos que somos livres porque somos conscientes; livres, somos responsáveis pelos nossos actos de vontade, que podemos justificar, diante dos outros, através do discurso coerente. Só quem é responsável é que tem direitos. Só as pessoas têm direitos.
Logo, os animais não têm direitos, pois desconhecem o que seja o dever e não apresentam razões. Isto não significa que possamos tratá-los mal, sem motivo.
E os fetos, serão pessoas? E os seres humanos em coma? E os loucos? E os velhos com Alzheimer?
Alguns filósofos contemporâneos muito influentes respondem que não. Nenhum destes exemplos pensa, sente, tem vontade e comunica. Por isso, Peter Singer acha que os chimpanzés em vias de extinção têm mais direitos do que um feto. Defendem o aborto, a eutanásia e experiências iguais às dos nazis.
Em Maranatha garantiremos, por lei, que todos aqueles exemplos são pessoas humanas. O ADN do feto orienta-o para este fim processual, enquanto um chimpanzé jamais apreciará poesia; não está no ADN dele. Quem vê o velho com Alzheimer como pessoa ama-o como ser igual a si próprio.
A pessoa vale por si.
" - Mário Cabral in Diário Insular

Sem comentários:

Enviar um comentário