Depois da Santa Catarina, perspectiva-se a entrada do governo regional no capital de algumas empresas, sendo a última a Sinaga.
Além de ser um retrocesso para os tempos em que, com o PSD no poder, a estrutura de capitais públicos de muitas empresas era a regra, não resulta duma opção ideológica do partido no poder (essa discussão há muito que desapareceu dos dois partidos do centrão). É tão simplesmente uma opção que tem como horizonte o já próximo ano de 2012 e as eleições.
Consigo compreender que sindicalistas, em minha opinião, completamente inúteis em qualquer sistema produtivo, exijam este tipo de intervenção. Já não consigo aceitar que a mesma nos seja explicada com base em argumentos de preservação de sectores estratégicos e de postos de trabalho.
Onde e quando foram definidos esses sectores? Porquê estes e não outros? O que faz com que um posto de trabalho seja mais importante que outro?
Todos sabemos que este tipo de intervenção, podendo evitar algum desemprego no curto prazo, mantém e agrava os problemas estruturais das empresas intervencionadas e como tal da economia em geral. Nada disto seria grave se não fosse suportado por dinheiro público, que seria melhor dirigido, em minha opinião, para a reconversão e requalificação de muitos dos trabalhadores afectados, em especial numa região que tem como um dos seus maiores problemas estruturais uma mão de obra muito pouco qualificada.
Um dos princípios da economia é a certeza que as empresas nascem, crescem, definham e morrem. É apenas uma questão de tempo. E quando é a altura de morrerem devem fazê-lo em paz. Não é uma desgraça. Desgraça é perpetuar os problemas e empurrá-los para o futuro, consumindo recursos colectivos que, sendo necessariamente escassos, simplesmente não podem ser desbaratados.
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