domingo, 24 de maio de 2009

PECADOS CAPITAIS (16)


3. A LUXÚRIA

3.6. A DECADÊNCIA NA MODA

"Há quem acredite no bom selvagem. Para estes, o corpo nu é natural e belo. Entram em paradoxo porque o corpo é uma construção cultural e o conceito de beleza física que hoje domina é histórico e, por conseguinte, artificial. A lolita e o cowboy são discutíveis modelos de Humanismo.
Há quem não acredite no bom selvagem. Para estes, é o convívio social que dá ou tira a nobreza dos comportamentos, que se reflectem nas boas maneiras, entre elas o modo de vestir.
A roupa não tem de sublinhar o corpo e este ser motivo de provocação sexual. A moda também já serviu para revelar o estatuto social e evidenciar o espírito. Quando o elogio da carne suplanta o entendimento cresce a violência e a morte.
A moda entrou em decadência quando começou a reflectir os desleixados pressupostos esquerdistas de Maio de 68. O revivalismo das últimas décadas põe às claras o vazio de ideias derivado do relativismo cultural, sem princípios morais. Que valores estão presentes na moda actual? Entre outros: a preferência por culturas inferiores, nas tatuagens e piercings; o desconstrutivismo feroz dos cabelos sem pente; o elogio explícito do bacanal, ao trajar na rua com roupa íntima; a sujidade e delinquência das calças rotas e caídas abaixo da anca.
A mensagem é evidente e deveria ser proibida. Se for avante, derrubará o resto de decência que ainda sobra à cultura ocidental, onde os fatos dos senhores copiavam as fardas dos militares – e não os presidiários; e as senhoras eram prezadas matronas romanas, não mulheres da vida.
Este culto do imoral é feio e macabro. Se quiser ascender às alturas da arte, como apregoa, a moda não poderá ser escrava da luxúria. Por essência, o Belo conduz ao Bem." - Mário Cabral in Diário Insular

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