Desde a Grécia (Empédocles) que o amor é visto como a força motriz de toda a natureza, ao contrário de Darwin. A luta pela sobrevivência separa os seres uns dos outros e, portanto, contradiz a vida e a sociedade.
O amor é a excelência da relação. Atinge o máximo natural entre os humanos. Amar é encontrar a felicidade na entrega absoluta a outrem, revelado na plenitude do seu ser. Quando a alma atinge este estado sai do tempo e do espaço e é por isso que se diz: «Quem feio ama bonito lhe parece». É também por isso que o amor implica a reprodução, vendo os pais em seus filhos a eternidade. A própria palavra o declara: “a-mors” é “negação da morte”.
A luxúria não é esta entrega; é consumo. Mata a pessoa porque lhe rouba o infinito e, pois, a liberdade. Tranca-lhe as portadas, transforma o corpo em matéria bruta. É imoral.
Ao invés, a castidade é a ponte oferecida para que alguém seja, finalmente. Se não houver amor, não há pessoa: a palavra grega “prosopon” e a latina “personare”, étimos de “pessoa”, confirmam: “olhar para”; “falar com”.
Sem amor o sexo é um insulto. O amor é único e exclusivo. O amor visa a reprodução e a família. A castidade é a estrada indispensável deste processo.
Há vários tipos de virgindade. Alguns são imperfeitos, outros pecaminosos. Algumas religiões enjeitam a Vida e trancam o corpo, num caminho autofágico antagónico.
A virgindade perfeita não tem vergonha do corpo. É uma paixão, igual ao casamento; só que a outra Pessoa é transcendente. Os padres usam aliança porque estão casados com a Igreja. As alegrias são idênticas às dos casais; e as obrigações.
Sem comentários:
Enviar um comentário