quinta-feira, 11 de junho de 2009

Porque ontem foi 10 de Junho




Porque com as eleições europeias os nossos problemas não desapareceram, porque vêm aí mais duas eleições importantes, porque a situação de crise é muito mais grave do que nos querem fazer crer (e na região está tudo a passar-se de uma forma surda, que mais tarde ou mais cedo vai estourar), acho que devíamos estar a entrar num período de reflexão individual e colectiva e não de Santos Populares e férias, quantas vezes imerecidas (já estivemos mais longe de férias deixarem de ser um direito adquirido e passarem a ser um direito a adquirir ano a ano em função do que cada um produz).
Andamos agora todos em busca de razões que expliquem a elevadíssima abstenção, nacional e regional, recorrendo a raciocínios mais ou menos rebuscados, sempre assentes nas lógicas partidárias que nos têm governado.
Em minha opinião parte dela, pouca, poderá ser devida a descrédito no sistema e poderá ser entendida como um protesto, tendo por isso as mesmas causas dos votos em branco.
A restante, em minha opinião a maioria, reflecte o país adormecido, medíocre e cúmplice em que nos tornámos (este é um bom retrato), habituado a que o Estado e o sistema tome conta de nós, onde não é exigido esforço, tomando por certo o que, quer queiramos quer não, se tornou precário.
O Mundo mudou, como mudou com o Renascimento ou com a Revolução Industrial. A História encarregar-se-á de dar nome a estes novos tempos. Quanto mais cedo o interiorizarmos mais cedo voltaremos a encontrar o nosso lugar enquanto país.

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