4. A INVEJA
4.2. O VÍCIO PORTUGUÊS
"Dizem as crónicas estrangeiras de longa data que os portugueses são um povo de invejosos. Talvez tenham razão, embora Portugal despertasse grande inveja a meio mundo, quando o outro meio era nosso. Se ainda há portugueses – o que não é uma provocação – há que estudar as razões do vício execrando.
Certo é que tivemos os “estrangeirados” e a geração de 70, altura em que os ideais socialistas entraram na Pátria. Enquanto existiram, os intelectuais de esquerda sempre se envergonharam do povo português.
O complexo está bem analisado em «A Cidade e as Serras», onde Eça de Queirós faz o “mea culpa”, desenvolvendo em forma de romance um conto cujo título é significativo: «Civilização».
Se ele soubesse que nos liceus se analisa, ainda, a decadência de «Os Maias», sem obrigar os alunos a conhecer o valor nacional que o autor veio a descobrir!
O estrangeirado abominava a cultura rural de base católica que era a nossa. Babavam-se com o “progresso” do capitalismo protestante calvinista, sem verem o óbvio: a usura, o retorno da escravidão do proletariado dos subúrbios.
Agora invertem tudo outra vez, depois da revolução russa e do muro de Berlim e dos movimentos ecológicos terem apontado o dedo à industrialização; e depois de mais esta crise liberal. Ficou-lhes o vício de bater no Zé povinho… que já nem existe, de tal modo a praga da inveja dizimou o país.
O intelectual morreu, mas agora todos apreciam denegrir Portugal.
Querem ser ricos, modernos, arejados, europeus...
Invejosos!
Parolos!
Mataram a galinha dos ovos de oiro.
Jacinto ao menos era verdadeiramente fino e cosmopolita, a ponto de reconhecer o valor sublime da cultura portuguesa.
Entretanto, os nórdicos compram o Alentejo." - Mário Cabral in Diário Insular
4.2. O VÍCIO PORTUGUÊS
"Dizem as crónicas estrangeiras de longa data que os portugueses são um povo de invejosos. Talvez tenham razão, embora Portugal despertasse grande inveja a meio mundo, quando o outro meio era nosso. Se ainda há portugueses – o que não é uma provocação – há que estudar as razões do vício execrando.
Certo é que tivemos os “estrangeirados” e a geração de 70, altura em que os ideais socialistas entraram na Pátria. Enquanto existiram, os intelectuais de esquerda sempre se envergonharam do povo português.
O complexo está bem analisado em «A Cidade e as Serras», onde Eça de Queirós faz o “mea culpa”, desenvolvendo em forma de romance um conto cujo título é significativo: «Civilização».
Se ele soubesse que nos liceus se analisa, ainda, a decadência de «Os Maias», sem obrigar os alunos a conhecer o valor nacional que o autor veio a descobrir!
O estrangeirado abominava a cultura rural de base católica que era a nossa. Babavam-se com o “progresso” do capitalismo protestante calvinista, sem verem o óbvio: a usura, o retorno da escravidão do proletariado dos subúrbios.
Agora invertem tudo outra vez, depois da revolução russa e do muro de Berlim e dos movimentos ecológicos terem apontado o dedo à industrialização; e depois de mais esta crise liberal. Ficou-lhes o vício de bater no Zé povinho… que já nem existe, de tal modo a praga da inveja dizimou o país.
O intelectual morreu, mas agora todos apreciam denegrir Portugal.
Querem ser ricos, modernos, arejados, europeus...
Invejosos!
Parolos!
Mataram a galinha dos ovos de oiro.
Jacinto ao menos era verdadeiramente fino e cosmopolita, a ponto de reconhecer o valor sublime da cultura portuguesa.
Entretanto, os nórdicos compram o Alentejo." - Mário Cabral in Diário Insular
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