domingo, 30 de novembro de 2008
Autonomia como projecto nacional
sábado, 29 de novembro de 2008
Que estratégia para a Terceira nos próximos 4 anos?
Praia da Vitória vai produzir biodiesel
Roosevelt na Horta
Hoje, enquanto conduzia para o trabalho, ouvi na Antena 1 uma referência ao desejo deste político de excepção, que esteve na Horta em 1918, sobre a localização da sede da ONU na Região.
Achei-a curiosa e deixou-me a pensar que país e região teríamos hoje se aquele desejo se tivesse concretizado e tivéssemos hoje a sede da ONU na Horta.
Por isso continuo a questionar-me: que região teríamos hoje se o Governo tivesse sido instalado nas Flores em vez de em S. Miguel, se a Universidade estivesse no Pico em vez de em S. Miguel, na Graciosa em vez da na Terceira e em S. Maria em vez da no Faial, e o parlamento estivesse em S. Jorge em vez de na Horta.
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Finanças açoreanas com boa classificação
A Festa das Cigarras
Saudaçor deve milhares a fornecedores
Avaliação dos professores - nova proposta
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Os nossos transportes marítimos
Sr. Alcides
Acabo de ler no blog :ILHAS a notícia da morte do Sr. Alcides. Como ali é referido, desaparece um dos mais carismáticos ícones da cidade de Ponta Delgada, que com a família sempre nos soube receber quer no restaurante, quer na residencial como anfitriões duma hospitalidade inultrapassável.
Os meus sentidos pêsames.
O assalto continua
Dia do Exército
terça-feira, 25 de novembro de 2008
MMS
"A Pátria Horae que a Pátria vos Contempla" (2)
domingo, 23 de novembro de 2008
"A Pátria Horae que a Pátria vos Contempla"
sábado, 22 de novembro de 2008
A Fortaleza de São Sebastião
Açores: Estatuto e Autonomia (2)
O Ensino, os Professores e o Estado (2)
Vejamos então os aspectos que considero serem determinantes para dar início a uma verdadeira reforma do nosso sistema de ensino.
Primeiro: acabar com o actual sistema nacional de colocação de professores.
Segundo: dotar o sistema de mecanismos que lhe permitam libertar-se de quem não tem perfil para ser Professor.
Terceiro: acabar com o actual sistema de gestão escolar baseado num conselho executivo, mais ou menos colegial e composto exclusivamente por Professores.
Quarto: acabar de imediato com os cursos universitários via ensino.
Quinto: passar a promover a excelência e não a mediocridade como me parece acontecer actualmente.
Sexto: estabilidade de programas e objectivos.
O BPN e o Centrão
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Cidadão de Angra
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
O Ensino, os Professores e o Estado
Antes de continuar, e não querendo ser acusado, entre outras coisas, de elitista, quero esclarecer que a minha perspectiva deste problema é a de alguém que frequentou uma escola diferente dos comuns liceus. E quando digo diferente, quero dizer diferente em tudo, a começar logo por ser uma escola militar. Longe de ser perfeita, tinha as características necessárias para me fazer hoje ter orgulho de ser ex-aluno e de ter tantas saudades de lá estar.
Frequentei essa escola não por pertencer a uma qualquer elite, mas por ser órfão de guerra. Ou seja, foram circunstâncias dramáticas, tão comuns à minha geração, que me colocaram num estabelecimento onde vivi durante dez anos e onde encontrei o que, posso hoje considerar, uma segunda família com muitos irmãos para o resto da vida.
Daquele período determinante ficaram muitas recordações povoadas por oficiais, funcionários, professores e mestres que foram o centro da minha formação e a quem hoje devo grande parte do que sou enquanto Homem e os valores que prezo. A todos estou reconhecido.
Estando a escrever sobre ensino, destaco de entre aquelas pessoas os Professores.
Algumas das pessoas que me conhecem e venham a ler este apontamento sabem de quem falo ao referir Professores como o Dr. Salvador Martins e o Dr. Boaventura Sousa Santos, que nos ensinaram Português, Filosofia, Psicologia, o Arquitecto Bastos que nos fascinava com a sua perícia a desenhar à mão em Geometria Descritiva o que para nós parecia às vezes quase impossível mesmo com régua e esquadro, o Coronel Cruzeiro que fazia da Física algo simples, o Dr. Steiger e o seu esforço para que percebêssemos alguma coisa de inglês, os Mestres de Oficinas que com uma infinita paciência nos ensinavam a usar os formões e as goivas em carpintaria, a reparar máquinas na serralharia, a moldar um escopro na forja e a produzir moldes e peças na fundição.
Podia deixar aqui uma extensa lista. Peço desculpa por isso a todos os que não referi.
Voltando ao assunto deste “post”, quero ainda deixar claro que não consigo tomar partido entre os dois oponentes da actual guerra.
Vejamos então os aspectos que considero serem determinantes para dar início a uma verdadeira reforma do nosso sistema de ensino.
Primeiro: a colocação de professores.
Quem vê o sistema de fora simplesmente não consegue perceber o que leva o Estado, no fim de cada ano lectivo, a desfazer para fazer de novo todo o processo de colocação de professores.
Além dos custos financeiros do processo, torna quase impossível ter quadros de professores estáveis nas escolas.
Nunca consegui perceber por que motivo a colocação de professores se processa através de um concurso nacional gigantesco, burocrático, impessoal e logo muitas vezes injusto.
É no mínimo desumano o que se impõe a alguns professores que passam a maior parte da sua carreira a percorrer o país, literalmente de casa às costas.
Não seria mais simples, justo e eficaz dar autonomia às escolas na selecção e contratação dos professores que necessitam, permitindo-lhes constituir um quadro docente estável?
Mas num país centralista e centralizado não me espanta que assim seja.
Par quem argumenta que este tipo de sistema iria potenciar as contratações via “cunha” e não via “curriculum”, sugiro que os pais passem a poder escolher a escola onde querem que os filhos estudem. Não acredito que as escolas cheias de incompetentes contratados pela primeira das vias venham a conquistar o necessário prestígio a torná-las na primeira escolha de qualquer pai atento à formação dos seus filhos.
Segundo: dotar o sistema de mecanismos que lhe permitam libertar-se de quem não tem perfil para ser Professor.
Sei que para muitos isto soa quase a blasfémia, mas sejamos claros: há muitos professores efectivos que não deviam estar no sistema, pois não são competentes para ensinar. Mas, por serem efectivos, vão arrastar-se nas escolas até à idade da reforma, acentuando a injustiça de deixar de fora quem eventualmente exerceria a docência com competência.
Já ensinei, dou formação, sou pai de um aluno do 9º ano de escolaridade e acompanho de perto a sua vida escolar, sei por isso do que estou a falar.
É aqui que os processos de avaliação de Professores são fundamentais.
Mais do que avaliar para efeitos de progressão na respectiva carreira, que é obviamente importante, é garantir que a todo o momento temos no sistema os melhores elementos. Até por uma questão de valorização social de uma profissão que considero ser de grande desgaste e muito absorvente quando levada a sério.
Portanto, estou certo que nenhum bom professor terá medo de ser avaliado e percebo também que qualquer mau professor não o queira.
Quanto a modelos de avaliação, não sou especialista para propor um nem sequer para criticar o que está a ser implementado.
Não obstante, não me custa a crer em duas coisas:
Primeira - o modelo que está a ser implementado, por ser de aplicação universal e vindo de cima para baixo, só pode ser complexo e burocrático e este aspecto poderá ser, em minha opinião, o seu grande pecado original; a tendência de pôr os Professores em infindáveis reuniões e a produzir papel é quase um atavismo português;
Segunda – a resistência dos Professores ao modelo é neste momento tal que, muito naturalmente, poderão estar a acentuar na sua aplicação prática tudo o que tem de mau; quando queremos provar que um qualquer modelo não serve basta um pouco de excesso de zelo e aplicá-lo em sentido estrito abdicando de uma interpretação lata do mesmo.
Não sendo especialista, como já referi, conheço algumas escolas e consigo observar que, por exemplo, em algumas escolas profissionais existem modelos de avaliação que lhes permitem ter sempre os formadores que melhor servem os seus objectivos de ensino. Todos conhecemos também escolas privadas com quadros docentes estáveis e de qualidade, sujeitos a modelos de avaliação que não criam guerras como a que se está viver actualmente.
Será que um olhar dos Professores e do Governo sobre o mundo exterior ao sistema de ensino público e aos seus paradigmas não poderá fornecer algumas pistas sobre o modelo de avaliação a implementar?
Terceiro: acabar com o actual sistema de gestão escolar baseado num conselho executivo, mais ou menos colegial e composto exclusivamente por Professores.
Nada melhor para que não seja possível exigir responsabilidades e para que cada acto de gestão das escolas, bom ou mau, nunca tenha consequências.
Temos que nos deixar de preconceitos e ponderar a reposição da figura do Director.
A escola está necessitada de Autoridade e esta nem é má nem é sinónimo de Autoritarismo. E se o Director tiver origem em carreira fora do sistema escolar, tanto melhor.
Os argumentos da gestão democrática não me convencem e democracia não é incompatível com a existência de um Director. Numa altura em que a responsabilidade sobre o sistema escolar está a ser transferida cada vez mais para as Câmaras Municipais e em que tanto se fala da ligação das escolas à comunidade, porque não eleger também os Directores das nossas escolas nas eleições Autárquicas? Não há, por enquanto, maior legitimidade democrática que a do sufrágio popular.
Quarto: acabar de imediato com os cursos universitários via ensino.
As razões para esta minha opinião são variadas, a começar com a injustiça que é tornar jovens estudantes em virtuais desempregados no momento em que iniciam os seus cursos, pois o sistema de ensino público, por razões da nossa demografia, não vai ter qualquer possibilidade de os absorver a médio prazo e a formação que adquirem não lhes dá perspectivas de poderem fazer carreira noutra profissão.
Outra das razões é conhecer muitos casos de alunos que por falta de capacidade ou de bases suficientemente sólidas para levarem até ao fim cursos de Engenharia, de Matemática Aplicada, etc., acabam por encontrar neste tipo de cursos uma saída de segunda escolha para os seus cursos universitários.
Quinto: passar a promover a excelência e não a mediocridade como me parece acontecer actualmente.
A escola deve ser entendida como um local onde se trabalha e se aprende.
A ideia peregrina de que o ensino tem de ser o que agora se designa por “inclusivo” parece-me, para além de uma injustiça para todos os alunos, um completo absurdo.
Acho uma injustiça, porque sendo o ensino um direito, os alunos com necessidades especiais devem ter acompanhamento adequado, os bons alunos devem ser estimulados e premiados e quer uns quer outros têm o direito de frequentar a escola sem que bandos de rufias façam da escola um reformatório, local onde provavelmente deveriam estar.
Misturar todas estas realidades no mesmo espaço, com os mesmos meios e com os mesmos objectivos não faz qualquer sentido e nivela todo o sistema por baixo.
Sexto: estabilidade de programas e objectivos.
O 25 de Abril trouxe-nos, e bem, uma democratização e generalização do ensino. Passados que são 34 anos era de esperar que tivessem terminado as reformas e as experiências.
Ao invés disso devemos ter tido já quase tantas reformas quantos governos.
É urgente um pacto de regime, em minha opinião, que dê alguma estabilidade e previsibilidade ao sistema.
Temos que tornar possível os irmãos mais novos usarem os manuais dos irmãos mais velhos, sem com isto fazer a apologia dos manuais únicos do Estado Novo. No início de cada ciclo os estudantes têm o direito de saber que exames vão fazer, quando e com que regras. Os professores têm que poder programar a sua docência com horizontes temporais de, pelo menos, um ciclo inteiro com os mesmos estudantes.
Nada disto têm que ver com direita ou esquerda, parece-me puro bom senso.
Creio que quer professores quer governo, não têm hoje a capacidade nem a vontade para avançar com as alterações necessárias a tornar a próxima reforma do sistema de ensino a última e crie uma matriz base que estruturalmente dure, pelo menos, uma geração (sujeita, como é óbvio, às alterações conjunturais que o tempo impõe).
Os primeiros por estarem, em minha opinião, ligados a modelos de sindicalismo que considero conservadores e anacrónicos, não obstante ligados a estruturas da nossa esquerda política, tão avessos que são a qualquer mudança.
O Governo porque governa em função do calendário eleitoral. O actual não é diferente. Fez, em minha opinião, umas ameaças de reformas nos primeiros dois anos de mandato e depois parou para, nos dois seguintes, gerir sondagens até às próximas eleições.
Para mim, o primeiro sinal de mudança será o aparecimento de um candidato a Primeiro-ministro que se apresente às eleições, não com o objectivo de ganhar as seguintes, mas assumindo que não se preocupa nada de as perder. Até lá duvido que algum me surpreenda pela positiva.
Para acabar quero dizer que acredito que o sistema deve centrar-se nos alunos. Isto soa quase a frase feita, mas não nos esqueçamos que devem ser eles a razão de ser do sistema e da excelência que devemos desejar e exigir, pois eles são o país no futuro.
Para quem não acredita sugiro que olhe para o passado e veja o país que o analfabetismo promovido por Salazar produziu.
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Afinal há crise ou não? (3)
Para acabar a pequena ronda pelos políticos da casa, quero referir a nossa Presidente de Câmara, a Doutora Andreia Cardoso.
Tem sido a imagem da Câmara Municipal: é como se não existisse.
Não resisto a expressar esta minha inquietação: morro de curiosidade para ver como vai colocar navios de cruzeiro em Angra.
Afinal há crise ou não? (2)
Senhores Doutores, entendam-se, daqui a uns meses se calhar vão a andar a apanhar cacos…
E Doutora Berta, espero que, se chegar ao poder a curto/médio prazo, não se esqueça deste artigo. O termo usado não podia ser mais adequado: despenalização fiscal.
Afinal há crise ou não?
Bem sei que a esta crise também se aplica o velho princípio dos 80/20: 80% é psicológica e 20% é real. Mas infelizmente a economia também tem de lidar com a parte psicológica.
Caro Dr. olhe que o meu filho que ainda não acabou o 9º ano já tinha dado pelas vantagens que refere. Basta-lhe ouvir as notícias e fazer um pequeno raciocínio. Não pense, pois, que tal ideia tem algum tipo de rasgo de génio.
Esquece-se, no entanto, que o petróleo baixa para toda a gente e as taxas de juro também, logo teria sido mais exacto dizer que a crise internacional tem vantagens para o país e, quem sabe, para o Mundo inteiro.
Desculpe-me alguma ironia, a que não pude resistir, mas isto são dados que qualquer simples mortal entende.
Mas qualquer mortal entende também que os actuais preços do petróleo não vão ser eternos e não obstante as taxas de juro mais baixas, os bancos já começaram a dificultar o crédito (os tais 80%, pois com os lucros que a banca tem tido nos últimos anos, se tem falta de liquidez, algo vai mal na gestão dessas empresas), mesmo o destinado a fazer face a problemas de tesouraria devido a atrasos de pagamentos de clientes onde, ao contrário do que diz também, se inclui o Estado e Câmaras Municipais.
Por isso, não sou tão optimista com o senhor, pois sei o que custa ter de ganhar cada refeição que tomo.
Quanto às promessas a ver vamos, mas confesso que as minhas expectativas são baixas quanto a isso. Olhe que as micro e pequenas empresas locais precisam de alguma atenção agora, não daqui a um ano quando estivermos perto das Eleições Autárquicas.
Quero terminar esclarecendo bem a que me refiro com atenção às empresas, para que não haja dúvidas: não acredito em subsídios por isso não os peço; como atenção bastaria taxas de Segurança Social menos violentas, crédito a preços razoáveis, IVA com o Recibo, acabar com as aberrações chamadas Tributações Autónomas, Pagamento por Conta e Pagamento Especial por Conta, pagamentos a horas, juros cobrados a quem não paga a horas (Estado incluído) e viagens a preços que terminem com esta sensação de estar a ser assaltado sempre que entro num avião.
Como vê, pelo via fiscal, as empresas teriam uma atenção que agradeceriam sem um cêntimo de subsídios.
domingo, 9 de novembro de 2008
Açores: Estatuto e Autonomia
Não seria de esperar outra atitude da parte de Cavaco Silva conhecidas que são as suas tendências centralistas. As dele e as da grande maioria da classe política de Lisboa (e aqui incluo as estruturas nacionais de todos os partidos representados na Assembleia da República).
Não estranhemos também mais este episódio, pois é também natural que a Autonomia se enquadre num processo de conquista gradual, logo naturalmente conflituoso, em relação a um poder tradicionalmente centralista e cioso dos seus poderes.
Não obstante estas considerações, estou convencido que, quer para mim quer para a grande maioria das pessoas que de alguma forma se interessam por estes assuntos, a Regionalização e a Autonomia da Região são realidades que dificilmente regredirão para um cenário pré-25 de Abril, com o sem os artº. 114º e artº. 140º.
Aliás, a discussão em torno daqueles artigos, para além de alguma classe política e imprensa locais, tem passado ao lado da grande maioria das pessoas.
Este alheamento tem, em minha opinião, várias causas, das quais quero destacar duas: a primeira o facto de a grande maioria das pessoas ter como adquirido o facto dos Açores serem uma Região Autónoma, realidade que dificilmente será alterada por dois obscuros artigos do Estatuto Político-administrativo e a segunda o facto de sentirem que este modelo de Autonomia está esgotado necessitando, por isso, de evoluir.
Sobre a primeira das causas creio não haver mais considerações a fazer. Sobre a segunda, temos assunto para muitas e longas teses.
Um dos defeitos do actual modelo é, em minha opinião, ter-se transposto para a Região muitos dos modelos de poder centrais, logo centralistas por natureza. Resumindo, criaram-se internamente centralismos que necessitam de ser corrigidos.
Concordo com o reitor da Universidade do Açores, quando diz na entrevista publicada na Revista do Diário Insular deste fim-de-semana que necessitamos de teóricos da Autonomia, que produzam teoria política sobre este assunto.
Discordo quando sugere que esses teóricos surjam ligados à Universidade. E isto por uma simples razão: a Universidade dos Açores, não obstante a sua tripolaridade, é um fruto dos centralismos internos, logo incapaz, em minha opinião, de produzir modelos que quebrem os paradigmas deles dependentes.
Não creio que alguma vez, na teorização que venha a ser desenvolvida com origem na Universidade dos Açores, a realidade “ilha” venha a ser integrada num modelo político de Autonomia equilibrado. E porquê? Porque o poder na Região simplesmente não sente essa realidade e as dificuldades a ela inerentes.
Vou tentar sintetizar: tentem imaginar uma Região em que o Governo tinha sido instalado nas Flores em vez de S. Miguel, em que a Universidade estava no Pico em vez de S. Miguel, na Graciosa em vez da Terceira e em S. Maria em vez da Horta e que o parlamento estava em S. Jorge.
Teríamos hoje decerto uma Região muito diferente. Mas também, estou convencido, mais equilibrada e com menos tiques de centralismo lisboeta.
É por todos estes motivos que no início deste texto referi que, no plano dos princípios, concordo com quem defende o Estatuto, mas também acho que é urgente encontrar-se um novo modelo para bem do futuro da própria Autonomia.
É determinante que todos se identifiquem com ela e isso só vai acontecer quando o Presidente do Governo Regional puder ser natural de qualquer uma das nove ilhas.
Como não sou nem Filósofo, nem Jurista, nem tão pouco um cidadão com aspirações à política activa, deixo aqui o mesmo tipo apelo do reitor da Universidade do Açores: teóricos de uma nova Autonomia precisam-se.
Portugal e a Regionalização
A diferença existe de facto, mas a favor de Angra e a razão reside, em minha opinião, no facto de a distância ao poder ser, apesar da distância a Lisboa, mais curta em Angra do que em Peniche.
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
Sr. Ministro nacionalize-me
Mas pensando bem, o que pode parecer um simples processo legislativo e financeiro levanta muitas questões que, em minha opinião, dão alguma razão a Miguel Cadilhe: o BPN foi nacionalizado porque o Governo quis, foi uma decisão política. Além do simbolismo político de ser a primeira nacionalização depois do Verão Quente de 75 e do PREC.
Parece-me pois um mau princípio. Se o Banco não tinha condições para estar no mercado devia simplesmente falir. Ao contrário do que se quer fazer crer, não é certo que os depósitos dos clientes estivessem em causa.
Quem sabe não surgirá um dia destes um movimento do tipo "Queremos ser nacionalizados já!". Os primeiros sinais, em tom irónico, já aí estão. Bem vistas as coisas, no meu caso até teria algumas vantagens: entraria dinheiro fresco na empresa, teria um gestor que passaria a ter as funções de falar com as Finanças, com a Segurança Social, com as Câmaras, com os bancos, de arranjar dinheiro no fim do mês e das cobranças. E eu poderia trabalhar.
Cagarros
Porquê? A população nidificante açoreana representa 74% da população mundial da subespécie Calonectris diomedea borealis e 52% da espécie Calonectris diomedea. Para além dos Açores, esta ave nidifica também nos arquipélagos da Madeira, Berlengas e Canárias.
Temos portanto a absoluta obrigação de cuidar destas aves. Para além disso cada casal apenas tem uma cria. Logo, quando atropelamos uma causamos um estrago irremediável.
Depois de capturados e colocados numa caixa devemos soltá-los apenas no dia seguinte, de dia, para que iniciem a sua viagem no mar, que durará o resto da suas vidas, e não voltem a terra onde as probabilidades de sobrevivência são nulas.
Aproveitem o momento e se tiverem filhos levem-nos convosco. Garanto-vos um momento emocionante e inesquecível.
A vida é o grande milagre do Universo, por isso tão preciosa e merecendo o nosso respeito em todas as suas formas.
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
Mais uma vez a América que tantas vezes é arrogante, ignorante e conservadora, mas não tão poucas vezes sabe, como nenhuma outra Nação, ser generosa, sábia e vanguardista, deu-nos um momento que vai constar dos livros de história dos nossos netos ao lado de acontecimentos como a queda do Muro de Berlim, o Hubble e a exploração de Marte e a descodificação do genoma humano.
A eleição de Barack Hussein Obama prova-nos que afinal os Homens são todos iguais, mesmo que alguns americanos não creiam e o achem demasiado branco ou demasiado escuro, conforme a perspectiva.
Os Estados Unidos irão sempre surpreender o mundo. Não se poderia esperar outra coisa de uma Nação que pouco mais de 10 anos depois do "crash" de 1929, soube arranjar forças para ajudar a Europa a livrar-se das figuras mais atrozes que a História já conheceu. Só lamento o nosso "Botas" não ter ido embora nessa leva. Seríamos hoje também uma Nação diferente.
Não tenhamos, por isso, dúvidas que recuperará depressa do "crash" de 2008, enquanto nós, muito provavelmente, andaremos a digeri-lo durante muito tempo, a clamar pelo D. Sebastião.
God Bless you America.
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Vejam só o que eu encontrei
A foto mais antiga, à esquerda, foi o 1º Prémio Visão de Fotojornalismo e neste dia até assassino lhe chamaram.
Uma da maiores decepções das muitas com que a política doméstica nos tem presenteado.
Como português acho bem que ocupe o cargo de Alto Comissário e faço votos que fique por lá muito tempo.
Prazos de pagamento e impostos: socorro estou a ser governado
E lá aparece o Vice a dizer que a Região agora paga a horas, o que é verdade de um modo geral.
Isto já não é tão verdade em relação aos Institutos Públicos, que não sendo Estado, são do Estado, logo para mim são também Região.
Também é referido que os piores pagadores são as Câmaras Municipais, o que também é verdade, e aliás não me espanta. Nem a criação das tão na moda Empresas Municipais (uma aberração que a Lei devia proibir) consegue dar a volta a este mau hábito. Mas o que seria de esperar? As EM não sendo as Câmaras são das Câmaras e logo aplico também para elas o mesmo raciocínio que fiz atrás em relação aos IP's.
A acrescer a esta epidemia temos um Estado completamente insaciável de impostos, que vão caindo no que parece ser um poço sem fundo.
Não me vou referir ao IVA, pois tem sido muito debatido, e o seu pagamento ao Estado com o Recibo e não com a Factura é de elementar justiça e bom senso.
Já li muito sobre o assunto e ainda nenhum economista me conseguiu convencer do contrário.
Acho que deviam ser promovidas campanhas que explicassem ao comum dos cidadãos o que são coisas como o Pagamento por Conta, o Pagamento Especial por Conta, os Pagamentos à Segurança Social e as Tributações Autónomas, para referir só quatro.
Não vou aqui explicar o que é cada um daqueles impostos. Basta fazer uma rápida busca na Net para ficar a perceber que são suficientes para levar o comum dos cidadãos a perguntar o que leva um português, saudável e na posse das suas faculdades mentais, a trabalhar enquadrado numa pequena empresa. É puro suicídio!
Mas enfim, como Povo também nunca fomos bons de torcer e só isso pode explicar porque 95% das empresas são PME's.
Para terminar deixo aqui um desafio aos nossos governantes (locais, regionais e nacionais): experimentem pegar em €5.000,00, montem uma empresa com 4 pessoas e experimentem sobreviver 10 anos (nas actuais condições é claro!). Dava uma tese de Economia e de Antropologia candidata ao Nobel.
P.S. - Caro Primeiro-ministro, obrigado pela redução no Orçamento de 2009 do IRC em 50% para resultados até €12.500,00; como isso só vai ter efeito em 2010 sobre as empresas que conseguirem lucros em 2009 e lá chegarem vivas, da minha parte não precisava ser tão generoso: bastava alterar o regime do IVA.
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Isto começa mal...
A caminho do Natal e numa terra onde chove de maneira a fazer inveja a qualquer cabo verdiano (eles sim têm graves problemas de água), tenho a sensação de estar num filme de Fellini (quem viu "Os Inúteis" percebe do que falo; para quem não viu, ainda não estou a falar da Câmara de Angra e dos respectivos Serviços Municipalizados, mas lá chegarei).
Amanhã quando acordar vou pensar mais uma vez: enquanto me lembrar desta, ninguém desta Câmara vai ver o meu voto no próximo ano.
Aliás já não iam ver, nem nunca o viram, pelo que nesse aspecto durmo descansado. A travessia do deserto a que submeteram a cidade e o município nos últimos três mandatos (os anteriores, confesso, não foram muito melhores também; era por isso de esperar alguma mudança), é o que merecem para provarem um pouco do seu próprio remédio.
Apesar de tudo consigo perdoar-lhes a fascínio infantil pelo poder e o seu exercício patético e às vezes bacoco.
Só não consigo perdoar ser tratado como tolo (pago muitos impostos com dinheiro que me custa a ganhar): ao contrário do que já ouvi dizer, a água pode e deve ser armazenada pois é um recurso estratégico além de escasso e, também ao contrário do que já ouvi dizer, quem não têm qualquer culpa do que está a acontecer são os munícipes.
Até quarta (quando espero já haja água para o meu duche).