Outra coisa boa que de vez vôos para Lisboa é a disponibilização de imprensa regional a bordo. Foi o caso de hoje que pude ler a versão papel do Diário Insular. quando acontece nos
Esta minha observação v também a propósito de uma notícia de mais um acidente fatal com instalações de gás, desta vez S. Jorge.
Só que ao dar a notícia o jornal prestou um mau serviço, tais são as imprecisões e erros que contém, como é aliás hábito quase toda a imprensa, quer regional quer nacional, s pre que estão causa instalações de gás. Vejamos porquê.
Na notícia é afirmado que tudo indica a causa da morte de um casal de 28 anos e de uma criança de dois anos tenha sido uma fuga de gás. Acho muito improvável.
O gás usado como combustível na Região é o butano, um gás da 3ª família de gases combustíveis, normalmente designados por GPL - Gases de Petróleo Liquefeitos. O outro GPL usado no país é o propano, mas não é comercializado na Região, assim como não é o gás natural.
Os gases da 3ª família caracterizam-se por serodorizados, precisamente para poder ser detectados caso de fuga. mais densos que o ar, razão pela qual se acumulam junto ao pavimento. São ainda asfixiantes (não tóxicos) e têm na sua composição agentes cancerígenos. Na versão comercial são
Como as vítimas não morreram de cancro, parece-me altamente improvável que tenham morrido por asfixia, a não ser que já estivess inconscientes na altura que inalaram o butano. Para que se perceba a dificuldade de se morrer asfixiado com butano, experiment o suicídio mergulhando a cabeça num lavatório cheio de água.
Normalmente o agente fatal é o CO (monóxido de carbono). É um produto de combustão que não é produzido s pre que a combustão é higiénica (quando assim é, a chama que v os nos esquentadores é azul). Aparece quando a combustão é incompleta por se desenvolver atmosferas confinadas e pouco ventiladas (quando assim é, a chama que v os nos esquentadores é amarela).
Este gás caracteriza-se por ser inflamável e altamente tóxico. Sendo uma molécula diatómica como o oxigénio, quando inalado é transportado pela h oglobina do sangue provocando uma intoxicação rápida e fatal.
É verdade que as garrafas de gás devSRPCBA não é entidade habilitada para o efeito. O trabalho de sensibilização que aquele Serviço Regional t desenvolvido é, mesmo assim, meritório e útil. ser instaladas no exterior. Mas as garrafas de gás, assim como os aparelhos de queima, não representam só por si um grande risco. Somos os maiores e melhores produtores de garrafas de gás do mundo e os aparelhos de queima são produzidos de acordo com normas muito exigentes. Ou seja, o risco não reside normalmente n na armazenag n na queima do gás. Reside sim nas tubagens que ficam entre aqueles dois extr os. E são estas que dev ser alvo de ensaios periódicos (obrigatórios por Lei), pois permit detectar fugas e detectando fugas prevenimos os maiores riscos associados à utilização do butano: incêndio e explosão (não intoxicação). Só que existe um probl a: à excepção de S. Miguel, onde está sediada a entidade reconhecida para proceder a estas inspecções periódicas, que tenha conhecimento, não se faz mais ilha alguma. E não pod ser realizadas por qualquer entidade ou curioso. Mesmo o
CO é, além de tóxica, potencialmente explosiva. relação aos esquentadores, e ao contrário do que é afirmado na notícia, não precisam de chaminé de extracção de ar, mas sim tubag de extracção de gases de combustão. Os locais onde são instalados, normalmente cozinhas, é que têm obrigatoriamente de ter uma abertura franca directamente para o exterior para admissão de ar novo, de forma a prevenir-se a produção do monóxido de carbono. Uma atmosfera com
Mais rigor nas notícias precisa-se.
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