sábado, 28 de fevereiro de 2009

Precisa sair e dar uma volta por aí

"Costa Martins diz ainda que a incógnita, neste momento, é saber o comportamento da construção civil no arquipélago, já que agravamentos neste sector terão impacto no desemprego." - in Diário Insular
Pois é. Aproveite o passeio e dê uma volta por aí. Poderá reparar que há já obras paradas desde o fim de 2008.
(imagem tirada daqui)

Finalmente reconhece

"O presidente do Governo Regional reconhece que, até ao Verão, vão fechar empresas nos Açores e ocorrer despedimentos, em virtude da crise que afecta os mercados." - in Diário Insular
(imagem tirada daqui)

PECADOS CAPITAIS (5)


2. AVAREZA
2.1. AVAREZA EM SI

"Quase todos desejam ser ricos. Este instinto é mais forte que o sexo. Relaciona-se com a sobrevivência e com o poder e é, no limite, um amor perverso. Quem se insurgir contra o vício da avareza candidata-se a violentas batalhas sociais.
É fácil de provar que a avareza é demência, pois que algumas doenças mentais apresentam, como sintoma, a vontade imparável de comprar e acumular bens supérfluos. Alguns animais ostentam comportamento idêntico, sendo a casa daqueles infelizes análoga ao covil destas bestas.
A avareza é o mais tolo dos pecados porque o ser racional facilmente compreende que não levará consigo nada deste mundo. É verdade que, em algumas culturas, os mortos iam acompanhados de tesouros; mas, ao menos, acreditavam na vida eterna. A contrario sensu, numa época ateia, como a nossa, o instinto da posse torna-se mais patético, pois morremos! E sempre se soube que herdeiros descaminham as fortunas dos antepassados.
Nada do que é verdadeiramente importante pode ser comprado: a vida, a saúde, a alegria, o amor; estes são valores absolutos, que valem por si, em qualquer tempo ou cultura. Por outro lado, os bens materiais são um valor relativo – que faz um rico naufragado numa ilha deserta com toda a sua fortuna intacta?
Os ricos sabem-no muito bem no seu íntimo, embora raramente o digam, com medo: a felicidade não está no dinheiro. Por isso, pior do que os ricos, são os pobres que desejam ser ricos, na esperança de encontrarem a felicidade.
Nada está a ser feito na modernidade para contrariar a loucura da avareza. Ora, a miopia já representa um desvirtuamento da condição humana, descaradamente afirmando que as pessoas apenas servem para produzir e comprar, o que é falso." - Mário Cabral in Diário Insular

Congresso do PS

Assisti ontem ao discurso de abertura de Sócrates e, como diria Homer J. Simpson, só há uma palavra para definir aquilo: boring!!!
Pior só um congresso do PCP.
Apenas as partes dos aplausos e das palavras de ordem fizeram-me recordar vagamente o último congresso de Guterres, se não me falha a memória em 2001, em que só faltou levarem-no em ombros. Poucos meses depois fugiu.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Acordo Ortográfico

Já decidi: não vou adoptar o novo Acordo Ortográfico. E estou convencido que não serei o único. Mais do que a questão de existirem ou não interesses do Brasil na versão assinada e das guerras que já se adivinham para o novo ano escolar, parece-me que o maior problema reside no que um leitor do Público aponta quando diz que "a única "larga maioria" que deve estar a favor deste desacordo, foi aquela que nunca soube escrever correctamente. E como tal, e como já vem sendo hábito, quando não se sabe ou erra-se sistematicamente, então oficializa-se o erro."
Ou seja, quem domina a língua actualmente é que vai ter maiores dificuldades em escrever da maneira que agora se adopta por decreto. Para quem não sabe escrever vai ser canja, é só continuar a dar erros.
Exemplo: tecto e teto. A primeira palavra quer dizer a parte superior interna de uma casa ou aposento; a segunda quer dizer mamilo, normalmente das vacas. Como iremos distingui-las? A primeira passa a escrever-se této? Parece-me absurdo.
As línguas evoluem e o português não é excepção. Mas isto de decretar a evolução é ridículo.
(imagem tirada daqui)

Perder tempo

Acabo de passar por mais um dos "Momentos ZEN" que uma ida a uma Repartição de Finanças nos proporciona.
Preciso de demonstrar a uma entidade privada que não devo nada ao Ministério das Finanças. Apesar de toda a informação que o site das Finanças nos dá hoje em dia, e bem, reconheço, tratando-se de uma entidade privada não posso fazer prova via net. Isso só é possível para entidades públicas. Tenho, portanto, de fazer prova em papel.
Assim sendo, lá me preparei psicologicamente para uma ida ao "covil" do Teixeira dos Santos e a minha expectativa não saiu gorada.
Comecei por me colocar numa fila em frente dum balcão atrás do qual duas senhoras olhavam para um monitor. Percebi que navegavam num dos sistemas das Finanças em busca de elementos de um dos contribuintes que estava à minha frente uns 4 lugares. Até aqui tudo bem não fosse o facto de navegarem no sistema em causa com tanta desenvoltura como eu navegaria em Istambul sem GPS. Para animar, sempre que o sistema recusava alguma instrução, provocava-lhes uns risinhos deliciados que tentavam partilhar com os contribuintes que esperavam como eu. Obviamente que só àquelas senhoras tal situação poderia fazer apelo ao seu sentido de humor.
Finalmente fui atendido (com rapidez confesso), mas estava longe de estar em condições de abandonar o edifício, pois uma das senhoras ao entregar-me a declaração informou-me que agora só faltava ir pagar na Caixa, onde já esperavam pelo menos umas oito pessoas. Nunca percebi, e já não tento perceber, este sistema que nos obriga a estas esperas em filas diferentes para tratar, com pessoas diferentes, do mesmo assunto. O defeito é decerto meu e a justificação deve ser tão óbvia que só eu não a percebo.
Com isto, apenas, perdi cerca de uma hora e meia. E têm computadores! Imaginem se não tivessem.

Gazeta das Caldas acessível gratuitamente através do SKYPE


A Gazeta das Caldas demonstra visão e por isso merece os meus parabéns, pois actualmente o Skype é para mim também uma ferramente de trabalho.

Angra é o concelho mais “feliz” de Portugal

O Instituto de Tecnologia Comportamental (INTEC) em parceria como jornal SOL chegou a esta brilhante conclusão. Além do aproveitamento que a nossa autarca faz, abusivo em minha opinião, parece-me que uma amostragem média de 187,85 pessoas é um bocado curta para afirmar que os angrenses (do concelho entenda-se e não apenas da cidade) estão optimistas face ao futuro e sentem satisfação com a vida em geral e o nível de felicidade.
Das duas uma, ou fizeram o inquérito sem saírem da Câmara Municipal, ou não passaram muito para além da Praça Velha.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Ordenamento e Coesão Territorial

"(...) Quando o ordenamento é confundido com planeamento surge a corrupção. E quando a coesão se confunde com transferências de subsídios cresce a dependência e o adormecimento da criatividade e produtividade dos locais subsidiados. (...).
(...) A solução deveria incluir a regulação da concorrência entre servidores, o que já é permitido por muitas tecnologias de transportes, comunicações, produção e distribuição de energia, serviços de saúde e de educação. E ainda a calibração dos preços para que correspondessem ao custo marginal e não ao custo médio." Tomaz Dentinho in A União
Caro Professor, temo que esteja a pregar no deserto. Para que o entendam a maioria dos nossos presidentes de câmara e respectiva corte de vereadores teriam de ir fazer uma reciclagem em Economia Política. Mesmo alguns que têm formação de base em Economia.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

A queda livre

Enquanto se festeja o Carnaval o Mundo não pára a vertigem da queda livre em que mergulhou, andando ainda em busca do fundo onde irá cair não se sabe quando.
A Direcção-Geral do Orçamento acaba de publicar o seu Boletim Informativo de Janeiro de 2009, onde ao longo das suas 35 páginas podemos ler, sem surpresa, que a receita fiscal do Estado caiu muito para além das previsões. No princípio de 2010 poderemos ter o retrato completo do descalabro que 2009 irá ser em matéria fiscal.
Entretanto o Estado vai fazendo o que quem ainda consegue crédito faz: endivida-se. Pelo valor da dívida emitida em Janeiro percebe-se que se destina ao curto prazo, ou seja, para alguma da despesa fixa mensal.

Sem mais comentários

Acho que na maioria dos blogs que acompanho já foram feitos todos os comentários possíveis à apreensão de livros pela PSP numa feira em Braga, só porque na capa era reproduzido este quadro.
É uma atitude reveladora essencialmente de ignorância, quer da parte de quem ordenou quer da parte de quem executou a apreensão.
Não vou, por isso, fazer mais comentários e de todos os que li recomendo em especial este.

JCT continua a descobrir a pólvora

"Para o presidente do BCE, torna-se cada vez mais claro que “as tensões no sector financeiro estão a passar para a economia real”, desde a intensificação da crise em meados de Setembro do ano passado. O sistema financeiro está dificultar a recuperação da economia, e no mesmo tempo, a recessão está a colocar mais pressão sobre o sistema financeiro, disse Trichet admitindo que “a situação é mais difícil a combater do que se os problemas tivessem continuado largamente confinados ao sector financeiro”. " - in Público (incluindo o mau português)
O homem é um génio! Depois da permanente alucinação de que sofre chamada "Inflação na Zona Euro" (para falar da queda da inflação recorrem a outros membros do Conselho do BCE ainda não afectados por aquele mal), descobriu agora que quando a banca espirra a economia real fica com uma pneumonia, pois ao contrário desta última, a primeira não abdica de ter lucros.
Por outro lado estou certo que com menos custos poderíamos ter à frente do BCE alguém menos patético.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Female driver


Recebi hoje por mail e vale a pena rever.

"O cesto é meu. É só para verem quem manda aqui!" - O Amigo é um velho amigo de 14 anos, fiel à nossa amizade de uma maneira que só mesmo os cães sabem ser. De vez em quando dá uma de macho e decide não respeitar os direitos adquiridos dos gatos da casa (a maioria das vezes sem sucesso). O que vale é que a Xica, uma amizade mais recente em resultado de ter sido abandonada por uns donos que deviam ter apenas animais de peluche, na sua imensa sabedoria de gata tem a calma suficiente para deixar o Amigo perceber por si próprio que o tamanho do cesto não é o mais indicado para ele. Evita assim chatear-se e, generosa, não deita por terra a dignidade de um ancião, como facilmente conseguiria. Vivendo e aprendendo.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Sócrates e o PS em más companhias

Sócrates convidou Chávez para o Congresso do PS. Já agora porque não Mugabe ou o Kim Jong-il?
(imagem tirada daqui)

IFAP

Se os técnicos do IFAP são qualificados, competentes e necessários, não percebo qual é a dificuldade de integrá-los na Administração Regional.
Numa administração onde todos os dias vemos ingressar pessoas que fora dela morreriam de fome, o argumento do senhor secretário regional da Agricultura e Florestas de que “não é assim tão fácil” integrar os funcionários do IFAP na Administração Regional, é fraco. Será que o problema é uma simples questão de cartões?

Dívida pública regional

Independentemente da dívida pública regional representar 8.900 euros ou 20 mil euros por cabeça, ela existe e cresce. E no curto prazo crescerá muito, já que o sector produtivo regional será curto para pagar enorme máquina regional do Estado que não dá sinais de emagrecer.
Os anunciados superavit da Região sempre me pareceram artificiais. Parece-me óbvio, e só manifesta falta de vontade impedirá alguém de o reconhecer, que as sociedade anónimas de capitais públicos, sejam nacionais, regionais ou municipais, só servem para mascarar endividamento público que, inevitavelmente, terá de ser pago. Por nós ou pelos nosso netos.

VIA RÁPIDA ANGRA/PRAIA

Sem negar a necessidade de melhorar a via-rápida Vitorino Nemésio (quem terá sido o génio que se lembrou de começar a dar nomes como este a estradas?), decidir fazer o que está a ser feito e gastar nisso € 20.000.000,00 só pode ter partido de alguém a quem não custa ganhar o dinheiro.
Com aquele montante teria sido possível melhorar a estrada e comprar uns bons semi-reboques, equipados com ar condicionado e alta fidelidade para o transporte do gado. Ficávamos todos a ganhar, incluindo as vacas. Com o tempo até poderiam evoluir para esta nova espécie.
E, como li num artigo sobre o Terreiro de S. Mateus, ainda sobrava algum para fazermos uma bela inauguração.
A própria lavoura já começa a levantar algumas questões que, como é hábito, serão remediadas depois da estrada estar pronta e em cima do joelho.
Não sei se a Terceira tem algum registo no Guiness Book, mas a via-rápida irá garantir um que não será ultrapassado por muito tempo. Ainda não viram turistas a fotografar os viadutos das vacas? Eu já.
(fotos tiradas
daqui e daqui)


PECADOS CAPITAIS (4)


1. A PREGUIÇA
1.7. A CONTEMPLAÇÃO

"A alienação capitalista na qual vivemos atolados insinua ser a contemplação preguiça, o que é falso. Ela também não é descanso: o descanso é uma necessidade física e a contemplação uma urgência espiritual. O ser humano é, por natureza, capaz de espiritualidade, viverá aquém das suas capacidades se não corresponder a este apelo.
Deve distinguir-se, ainda, entre contemplação e oração; a oração é, em parte, contemplação, mas a contemplação não carece de ser religiosa. Basta ser racional para precisar de contemplar. Antes do Cristianismo, a Grécia filosófica referiu-se ao ócio como via para atingir o «Conhece-te a ti mesmo».
Desesperados com o trabalho imoral, os ocidentais viram-se para técnicas orientalizantes de contemplação, esquecidos da tradição ocidental neste campo. Acontece ser esta troca fatal: o Oriente, em regra, usa a contemplação para esvaziar a interioridade de toda a marca individual, o que é o contrário do «Conhece-te a ti mesmo». Procuram o Nada e nós o Ser.
O acto introspectivo não deve parar no degrau psicologista. O «Eu assim, eu assado» está a léguas da paz interior. O luxo da nossa Língua afirma: “contemplar” também é “dar”: «Fulano foi contemplado com uma viagem à lua». O acto reflexivo termina nas mãos.
O exemplo maior de tudo isto volta a ser a Arte, a excelência do trabalho. O artista actual fala da sua “produção”, o que é ser tolo. O produto é o contrário da obra de arte e o artista não é máquina. Precisa de parar para reflectir, como a terra tem seu pousio.
Parar. Olhar o mundo. Escutar o mundo. Ouvir a voz interior.
“Cair em si”.
Ai de nós, colocamos música nas lojas, nas ruas, em máquinas pelos ouvidos adentro.
Temos medo do silêncio.
Asfixiamos." - Mário Cabral in Diário Insular

Angra rendeu-se

"Sim. Não faz sentido que a mudança de cor partidária na governação ocorra com o desgaste de quem lá está. O PSD deveria ter estado menos uns anos no poder. Da mesma forma que o PS de Carlos César está há demasiado tempo nessas funções. O ideal, para mim, é oito anos de governação. A partir daí criam-se vícios, perdem-se as ideias, e acho que, necessariamente, terá de existir uma renovação democrática nestas coisas." - Carla Bretão no Diário Insular
Só agora tive tempo e oportunidade para ler na íntegra a entrevista de Carla Bretão ao DI e surpreendeu-me pela positiva.

BE pede inquérito ao Colégio Militar

O BE, em geral, e o seu dirigente Fernando Rosas, em particular, deviam primeiro pedir para passar uma semana no Colégio Militar antes de avançarem com barbaridades como esta. Fazia-lhes bem ao corpo e ao espírito e escusávamos ter de os aturar e pagar-lhes o ordenado, ainda por cima.

Ponta Delgada

Estou há uns dias de novo de volta a Ponta Delgada. De facto a cinzenta e triste cidade de há vinte e poucos anos atrás desapareceu. Continua a ser demasiado estreita e acanhada, mas a velha cidade entalada entre a Mata da Doca e a estrada que nos leva a S. Roque, em que tudo o que ficava a norte da Av. Antero de Quental e da rua de S. Gonçalo já era demasiado longe, deu lugar a uma cidade com um bom Campus Universitário, servida por boas estradas, com excelentes hotéis e boa restauração. Nestes aspectos está a anos luz da Angra e da maioria das nossas cidades de idêntica dimensão.
Vem esta minha reflexão a propósito da revista de bordo nº 30 da SATA, a Azorean Spirit, que na página 34 apresenta um artigo assinado por Teresa Violante e começa assim:
"Centro da vida açoriana. Capital do arquipélago, alia magistralmente tradição e modernidade. É uma cidade que se vai desvendando a cada passo, com calma, envolta nos aromas do mar."
Descontando o estilo da escrita, já que se trata de um artigo promocional de uma revista de bordo, acompanhado de boas fotos, peca por duas coisas no essencial: atribui a Ponta Delgada o estatuto de capital, que não tem, e a certo ponto cai na tentação de querer confundir a cidade com o arquipélago, quando fazê-lo mesmo em relação só a S. Miguel é já um exagero.
Não sei se tal se deveu ao facto da autora, por eventualmente ser natural da cidade que descreve, se ter deixado entusiasmar pela escrita, o que até é compreensível, se resultou apenas de pura ignorância. Em qualquer dos casos mais rigor era desejável já que este tipo de revista corre meio mundo e, no caso, a divulgar uma mentira.

Esta questão da capital é recorrente, com uns a reclamarem o estatuto em consequência da dimensão e importância que Ponta Delgada tem, e eu não nego, e outros a negarem, com argumentos rebuscados da História. Em ambos os casos sente-se sempre um aroma a bairrismo doentio.
Ambos se esquecem que o importante não é aceitar que Ponta Delgada não é a capital apenas por ser Ponta Delgada. Não é, nem deve ser qualquer outra das nossas cidades.
O importante é afirmar que o arquipélago, a Região, não tem capital, simplesmente porque assim o decidiu, pois ter uma capital não serve para absolutamente coisa alguma.
Pode parecer pouco, mas, ao negar ter no seu seio algo cujo conceito é tão simbolicamente centralista, como é uma capital, os Açores fizeram jus à sua História.
É, em minha opinião, um traço de grande modernidade que torna a regionalização e a autonomia política do arquipélago tão singulares e que devia servir de exemplo para o futuro processo de regionalização do nosso território continental.


sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

PECADOS CAPITAIS (3)


1. A PREGUIÇA
1.6. ALIENAÇÃO PELO TRABALHO

"Em grande parte, o surto de preguiça cresceu nos tempos modernos porque o trabalho tornou-se uma tortura que humilha a dignidade humana. A industrialização e o capitalismo subjugaram a pessoa à máquina, numa espécie de escravatura que provoca reacções compreensíveis de repúdio.
A maioria vive para trabalhar, o que é insuportável. Levantam-se às cinco da manhã, fazem percursos intermináveis, picam o ponto contrafeitas e sentam-se à frente duma passadeira eléctrica que vomita um produto sempre igual; à frente, num quadro electrónico, lê-se: «O teu colega da sala ao lado já verificou duas toneladas».
O almoço vem num saco. Come-se num banco de jardim. Migalhas aos pombos. Picar o ponto uma hora depois. Sair às cinco e meia. Não esquecer os filhos na escola. Hora de ponta. Chega-se a casa para jantar e ver a novela. Lancheiras. Deitar cedo. Amanhã será igual a hoje. Hoje foi igual a ontem. Ontem foi igual a todos os dias.
Há que pagar as contas. Horas extraordinárias. Por vezes, um segundo trabalho. Por vezes, turnos, o marido vê a mulher à porta do prédio. «Esqueceste-te das crianças». Por vezes, trabalho ao Domingo.
Como não considerar abjecta esta condição? Ninguém nasceu para isso. Num século de computadores, há gosto perverso em fechar pessoas dentro de salas execráveis, quando muitas poderiam trabalhar à distância; e todas por tarefas. Nas escolas, castiga-se os maus alunos com trabalho, para eles irem aprendendo. As consequências sociais são catastróficas. Não há tempo para educar, nem para acompanhar o funeral dos vizinhos, nem para pertencer aos bombeiros voluntários, nem para estar consigo, verticalmente.
Este destino tem de acabar.
Isto não tem de ser só isto." - Mário Cabral in Diário Insular

SATA concentra actividade em S. Miguel (1)

Contrariamente ao que diz a oposição, a decisão da Sata de concentrar a actividade em S. Miguel não é, em minha opinião, "centralismo micaelense". É centralismo, ponto final. E não há centralismos bons e maus, em função da nossa distância aos mesmos. Será que o governo é todo constituído por micaelenses? Os terceirenses no poder onde estão? Parece que depois de se chegar a uma daquelas cadeiras já não é tão fácil ser-se anti-centralista. Deixemo-nos de culpar S. Miguel e os micaelenses de tudo o que de mau acontece à Terceira e peça-se explicações a quem no Governo e na ALR representa os eleitores terceirenses. Faz mais sentido, não? Se não concordam não pactuem: demitam-se. Caso contrário, para mim, estão de acordo.

Sistema de Certificação Energética de Edifícios

É claro que a anunciada suspensão da aplicação do sistema à Região era uma completa asneira. Como tem sido hábito, infelizmente, não se fez o trabalho de casa e agora querem passar do oito para o oitenta e fazer em meses o que não se fez em anos. As declarações do Secretário do Ambiente deixam-se apreensivo, pois é capaz de estar a querer dar um passo maio que o pé.
Quando é que aprendem que isto de governar e de andar pelas Direcções Regionais não é só dar uns passeios a Lisboa, fazer uns discursos e falar para os jornais? Também é tarefa de responsabilidade e de muito trabalho.

Autárquicas 2009 (4)

Nesta altura parecem estar praticamente definidos os candidatos dos principais partidos à Câmara de Angra. Do PS já se sabia que era a actual presidente, Andreia Cardoso. Do CDS/PP já há algum tempo se falava de Artur Lima. Quanto ao PSD, foi hoje adiantado o nome de António Ventura.
Em termos estritamente políticos, e independentemente dos partidos a que pertencem, parece-me que o candidato mais forte é sem dúvida Artur Lima. Veremos qual será a posição do eleitorado. Entretanto gostaria de saber a opinião dos leitores. Para isso podem votar no inquérito constante na coluna do lado direito.
(Foto tirada daqui)

RTP - Açores

Tem-se falado muito nos últimos dias da RTP - Açores, quer nos jornais quer nos diversos blogs da Região. Ao que parece algo vai mal naquela empresa e julgo não me enganar se disser que o problema é velho.
Na sequência do que tem sido noticiado e comentado, realizou-se uma reunião em Ponta Delgada tendo resultado desta a decisão de construir um edifício em S. Miguel. Brilhante!
Artur Lima, perspicaz e oportuno, já reagiu com pertinência na ALR.
Mas eu iria mais longe. Será que uma estação de televisão como a RTP - Açores, que nunca conseguiu ter realmente uma dimensão regional, em vez de estar com tiques centralistas à moda de Lisboa, não deveria estar neste momento essencialmente preocupada em dar às pessoas motivos para a verem? Será que ainda não repararam que quase ninguém se dá ao trabalho de assistir à sua pobre programação?

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Quotas para imigrantes

A propósito desta entrevista à Dª Nené publicada hoje no Diário Insular, espero que por cá não embarquemos em esquemas de quotas, sejam eles formais ou informais.
Conheço relativamente bem a laboriosa comunidade cabo-verdiana e a brasileira na Terceira. A maioria além de não custar um cêntimo ao Estado é ainda contribuinte líquida da Segurança Social e do Fisco.
Houvesse muitas mais senhoras como a Dª Nené e estaríamos decerto melhor. Por mim serão sempre bem-vindos.

TwitterFeed

A ver se isto do TwitterFeed funciona.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Infestação de térmitas está sem controlo

Angra está a sofrer outro sismo como o de 1980 só que desta vez é lento e silencioso. É óbvio que o Estado não vai poder pagar as obras de recuperação de todas as casa da cidade (e da ilha a curto prazo), nem isso faria sentido. Mas cabe-lhe criar algumas condições, nomeadamente de crédito, para que os proprietários possam enfrentar o problema. Além disso há medidas preventivas que só o Estado (Governo e Autarquias) pode promover e essas tardam em ver-se.
(imagem tirada daqui)

SATA concentra actividade em S. Miguel

Esta notícia não é novidade e revela alguma falta de racionalidade que sempre caracterizou a gestão das rotas internas da Sata. Desde há muito que horários e rotas são feitos em função das necessidades do Aeroporto João Paulo II. Qualquer uma das ilhas do grupo central tem mais condições (de localização, entenda-se) para ser a tal "placa giratória" que S. Miguel. É o nosso centralismo interno no seu melhor.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Só faltam as demissões (1)

Se depois disto não houver demissões no Conselho de Estado, o que mais será necessário?

Só faltam as demissões

Se depois disto não houver demissões no Banco de Portugal, o que mais será necessário?

Bilião ou mil milhões?

Como é tanta a asneira que se ouve e lê quando estão em causa valores que ultrapassam 1 milhão, eis um artigo que pode ajudar a tirar algumas dúvidas.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Boas Práticas no Sector Público

A Delloite vai promover um concurso sobre boas práticas no Sector Público ao qual concorrerão a rede de comunicações de voz e dados do Governo Regional dos Açores, a rede Integrada de Apoio ao Cidadão (RIAC), a Bolsa de Emprego Público dos Açores (BEP-Açores), o portal do Serviço Regional de Estatística dos Açores, o Gabinete do Empreendedor e o concurso online de docentes da Região.
Como acho que devemos falar do que o sector tem de mau, pois por vezes parece quase tabu apontar seja o que for à Administração Pública apesar de todos a pagarmos, é também justo que se fale do que tem de bom, quanto mais não seja como reconhecimento dos que, com o seu esforço, competência e dedicação, fazem com que existam projectos de qualidade e bem sucedidos.
Não me espantava se um dos prémios viesse para a região. Era até capaz de apostar qual.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Ainda a guerra das bandeiras

A propósito ainda do que parece ser um reeditar da triste guerra das bandeiras dos idos anos oitenta, e tendo acompanhado e reflectido em silêncio sobre maioria das reacções acerca do assunto, decidi agora exprimir a minha opinião.

Começo por enquadrar a posição da instituição militar, principal alvo das referidas reacções, e da relação que tem com os símbolos nacionais em especial a bandeira nacional.

A instituição militar, constituída por estruturas hierarquizadas e disciplinadas, exprime aquela relação com procedimentos que têm, por tradição, rituais que são necessariamente distintos do simples içar e arriar da bandeira numa repartição de finanças.

O juramento de bandeira de um militar dura para a vida. O içar e arrear da bandeira num quartel ou num navio tem sempre guarda de honra. É um acto da maior seriedade no quotidiano de qualquer unidade militar. E não é decerto algo que se use como toalha de praia ou como adorno da cabeça. Fazia parte da bagagem quando se partia para África e era coberto com ela que a família recebia o caixão quando por lá se morria. A bandeira assume um significado que vai muito para além de um simples sentimento territorial do país.

Para percebermos bem esta relação dou três exemplos: o arrear da última bandeira nacional em território da Guiné, de Angola e de Macau (estes dois últimos nas fotos) e o que isto significou para aqueles que foram protagonistas.

O outro enquadramento que quero fazer prende-se com os serviços que desde sempre as forças armadas têm prestado às populações de todo o país, região incluída obviamente. Para isso basta relembrar, e sem recuar muito no tempo, o sismo de 1980, os deslizamentos de terras na Ribeira Quente, o sismo do Faial e os constantes salvamentos que a Marinha e Força Aérea têm feito ao longo dos anos. Lembram-se do encontro ocorrido em 2006 dos bebés nascidos em helicópteros da Força Aérea (Maternidade Puma)?

Assim, parece-me que para fazer valer os legítimos anseios decorrentes da Autonomia Política da região, os responsáveis políticos regionais estão a direccionar a pressão para o alvo errado e para aspectos que mexem mais com a relação tradicional com os símbolos nacionais e pouco com visões centralistas (embora admita que também possam existir), ou com algum tipo de animosidade em relação ao símbolos regionais. Ainda por cima para um alvo que até tem convivido bem com o actual estatuto da região.

Do exposto, creio ser a via da actividade legislativa o caminho certo a ser seguido para concretizar, aprofundar e aperfeiçoar o actual regime autonómico, prestigiando-o até enquanto projecto nacional, de uma forma eficaz e objectiva, e que de alguma forma pode influenciar, pela positiva, o quotidiano das populações.

Compreendo que é muito mais fácil e tem muito mais cobertura mediática uma nova guerra das bandeiras, do que fazer o trabalho de casa e apostar em produção legislativa de qualidade.

Enquanto assim for continuarão a acontecer as situações, que todos conhecemos, de aplicação à região de legislação deslocada da realidade local. O último exemplo é o caso do sistema de certificação energética de edifícios em que tanto havia a fazer e muito pouco foi feito. Chego mesmo a pensar se se justifica ter-se criado a ARENA, havendo uma ADENE que tudo controla. A par de algumas práticas, esta sim é uma realidade que dá argumentos aos centralistas que acham a Autonomia Política inútil.

Evolucionismo vs. Criacionismo

No ano em que se comemora o bicentenário do nascimento de Charles Darwin é curioso saber que mais de metade dos seus compatriotas acredita no criacionismo.

A este propósito ainda não há muito tempo tivemos nas páginas do Diário insular uma discussão acesa entre pontos de vista de um lado e do outro.

Encontrei neste blog dum conterrâneo meu uma visão bem humorada desta polémica

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Números

Enquanto espero que me digam se tenho avião para regressar a casa, encontrei esta notícia cheia de números muito interessantes cuja fonte desconheço.
É preocupante saber que a nível nacional só 35,2% da população trabalha em empresas. Na região aquele número baixa para 24,8%, o que ainda é mais preocupante.
O argumento de que esta estrutura da população vai amortecer os resultados da crise na Região não me anima pois revela um problema estrutural que o poder não tem coragem de alterar.

O Louçã e o Capital




Será que o Louçã alguma vez produziu alguma coisa?

Bancos, crédito, empresas e famílias (estas últimas com e sem pedigree)

O Banco de Portugal fez um inquérito aos bancos e concluiu o óbvio: os bancos agravaram as condições de acesso ao crédito às empresas e às famílias no quarto trimestre de 2008, uma tendência que se deve manter nos próximos três meses.
O BCE do senhor Trichet fez um inquérito do mesmo tipo aos bancos europeus e concluiu que os bancos europeus vão aliviar as restrições ao crédito a empresas no primeiro trimestre.
Como as minhas dívidas são aos bancos nacionais, por experiência própria inclino-me mais a acreditar no tonto do Constâncio do que no Trichet, que é ainda mais tonto e anda ainda preocupado com uma inflação que só ele vê.
Entretanto parece que a CGD prorrogou as amortizações e suspendeu o pagamento de juros das dívidas de algumas pessoas e entidades a quem emprestou dinheiro para a compra de acções que agora valem pouco mais de zero.

Eliseu na Selecção

O sonho do Eliseu concretizou-se e a RTP-Açores dedicou-lhe 7 linhas no seu site (de onde tirei a foto). A convocatória à Selecção é um prémio merecido pela sua persistência e humildade. Boa sorte.

PECADOS CAPITAIS (2)


1. A Preguiça
1.5 Arte Contemporânea

"É difícil distinguir o que na arte contemporânea deriva de princípios teóricos fundamentados e o que brota da preguiça elaborada. Alguns daqueles princípios são ramificações da indolência mental. O mesmo dilema reflecte-se na questão do gosto. A maior parte das pessoas que aprecia móveis lisos e tijoleira justificam-se afirmando ser mais fácil limpar o pó e lavar o chão. Dantes, todo o artefacto mostrava o orgulho das nossas mãos laboradeiras: fosse uma canga, fosse uma mobília de cozinha, fosse uma barra de lençol, fosse uma chaminé. O trabalho manual individualizava toda a peça. Diz-se que o gosto actual é simples. Óbvio é tudo ser feito em série, por máquinas, em materiais medíocres, de modo a ser barato e consumido pelas massas. Quase tudo é linear, clínico, metálico, desumano, esquelético. Os nórdicos podem gostar dos Ikea; nunca foram à Índia nem viram o Brasil. Os Portugueses são excelentes é no barroco. Foi quando fomos poderosos e dominámos o mundo. O resto é conversa ideológica para enganar tolos. O minimalismo vem do equívoco zen entre moral e estética. É o avesso da cultura ocidental. Deve ser proibido, de tão perigoso. O desapego do mundo tem valor ético, mas a arte é afirmação de vida e não pode induzir a morte. O expressionismo abstracto já afirma a desfragmentação do ser, panteísmo tão fim de século. O desconstrutivismo avança, utiliza a arte para escarrar na moral. É terrorismo pior que pornografia. O cinema afronta a inteligência. Jornalistas escrevem romances. Poesia, nem lê-la. Arte sem cânone e vanguarda é fraude. Desapareceram ambos debaixo do manto letárgico com que se pavoneiam os artistas. Felizmente, a História vai limpar toda esta espuma dos dias." - Mário Cabral in Diário Insular

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Os acidentes com instalações de gás e quando a imprensa presta um bom serviço

Neste meu post dei um exemplo de quando a imprensa presta um mau serviço a propósito do tema em questão. Quero agora deixar aqui um exemplo de quando o mesmo jornal a propósito do mesmo tema presta um bom serviço.

Biodiversidade dos Açores

Ouvi falar do site hoje na Antena 1 e já lá fui dar uma volta. Desta vez a Universidade dos Açores está de parabéns. A foto é da base de dados do site e usei-a porque estou sem acesso às minhas fotos desta belíssima aranha: a Aranha de Jardim. A minha preferida.

Reembolsos do IRS

"A decisão de antecipar alguns reembolsos só peca pelo oportunismo da linguagem usada, o governo não está ajudar ninguém ao reembolsar o que consegue processar em tempo útil pois esse dinheiro pertence aos contribuintes e foi cobrado abusivamente para ser usado pelo Estado sem qualquer contrapartida. Uma boa parte dos reembolsos resultam de tabelas de retenção na fonte abusivamente exageradas com o objectivo de antecipar receitas, na prática estamos perante um empréstimo forçado que o Estado exigiu dos contribuintes sem estes terem tido a possibilidade de o recusar.
Se o Estado pode agora reembolsar no prazo de um mês isso significa que há muito que o podia fazer e não fez. É puro cinismo de quem se habituou a usar o poder, os senhores que passam pelo ministério das Finanças há muito que deixaram de ter respeito pelos contribuintes.
Mas se a linguagem usada é cínica e oportunista a decisão de limitar a medida aos contribuintes que apenas auferem de rendimentos do trabalho dependente e pensões é discriminatória e revela uma mentalidade enviesada por parte do ministro das Finanças. Para além de todos os cidadãos terem direito a que o Estado os reembolse o mais rapidamente possível do que foi cobrado abusivamente, o ministro não tem o direito de dividir os cidadãos entre os que precisam e os que não carecem da sua "ajuda" oportunista e, ainda por cima, revela um total desconhecimento da realidade ao partir do princípio de que todos os outros contribuintes são ricos
.
Cada vez me convenço mais de que este ministro tem um grave défice de formação democrática e comporta-se como um contabilista de mercearia." - in
O Jumento

Descobri hoje que do dia para a noite fiquei rico. Pelo menos para o Ministro das Finanças. Assim, em lugar de reaver o meu dinheiro, sem juros, adiantado ao Estado durante 2008 na mesma altura que os restantes contribuintes, irei esperar até lá para Outubro. E a minha retenção para IRS não baixou. São sempre no mínimo 16% sobre qualquer euro que ganhe.

Conselho de Ilha

Hoje pela manhã na SATA para Ponta Delgada encontrei este anúncio no Diário Insular, que transcrevo:

"O Conselho de ilha da terceira realizou no dia 22 de Dezembro de 2008 uma reunião, tendo sido submetidos os seguintes pontos:
1 – Aprovação das actas de 2008
As actas já ficarão disponíveis em Janeiro de 2008, pelo que deverão ser aprovadas na reunião ordinária do referido mês.
2 – Principais problemas que afectam a ilha Terceira, no domínio da:
Actividade económica
Apesar de algum pessimismo e da crise mundial que a todos afecta, foi evidenciado com grande ênfase o esforço de investimento consubstanciado nos Planos e Orçamento Municipais para 2009, bem como as medidas anti-crise anunciadas recentemente pelo Governo regional dos Açores, que mereceram uma generalizada aceitação por parte dos empresários da ilha.
Foi ainda aprovado por unanimidade um voto de recomendação no sentido do reforço da sinalização de segurança nas obras que estão a decorrer na Via Vitorino Nemésio.
3 – Plano de trabalho para 2009
Eleição da Mesa para 2009, a qual deverá definir o seu programa após eleição.
Angra do Heroísmo, 23 de Dezembro de 2008.
O Presidente do Conselho de ilha,
António Gabriel Fraga Martins Maio
"

Se o Conselho de Ilha nada mais tem a dizer ou a propor sobre a actual situação, proponho que comecemos a poupar e comecemos pelo Conselho de Ilha.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

As taxas Euribor continuam a cair

Mas eu continuo sem sentir qualquer diferença nos valores que mensalmente entrego ao banco. E não conheço ninguém que tenha sentido. Em Dezembro de 2008 e Janeiro de 2009 paguei mesmo os valores mais elevados de sempre. Para já o único sítio onde sinto a Euribor a cair é nos gráficos que vou mantendo no lado direito do blog.

Estou a começar a ficar convencido que a banca está a arranjar maneira de 2009 ser um excelente ano: baixa o juro aumenta o spread.

Aqui ao lado, em Espanha, o Zapatero já começou a mandar alguns sinais à banca.

Por cá nada de novo, ou pelo menos nada digno de nota. A calma com estamos a assitir ao fecho de empresas, ao desaparecimento de postos de trabalho e ao desmoronar da economia a alta velocidade parece não preocupar muita gente.

Nunca como agora precisámos do consumo interno. E do que se fala: do Freeport.

PECADOS CAPITAIS (1)


1. A PREGUIÇA
1.4. O RENDIMENTO MÍNIMO

"Ninguém tem direito a um ordenado que não ganhou com o suor do seu rosto. Se as leis são injustas devem ser alteradas, de modo a permitirem o máximo bem-estar social.
Há um equívoco piedoso com o rendimento mínimo, considerado enquanto direito político. Um direito implica a devida responsabilidade. Dizendo auxiliar os pobres, os promotores do rendimento mínimo desvinculam-se da obrigação moral de os apoiar permanentemente. É como quem diz: «Toma. Desenrasca-te. Não me chateies mais». Troca-se o coração pela razão e, deste modo, aniquila-se a vida social verdadeira.
Uma coisa é o direito, outra é o dever. O direito relaciona-se com aquilo que é lógico. Ao contrário, a moral ocupa-se daquilo que deve ser dado às pessoas, mesmo quando elas não merecem.
Ninguém tem direito a ser amado; o amor é de graça e a moral baseia-se no amor, na caridade. Somos livres de amar e de fazer o bem. Se assim não fosse, faltaríamos ao respeito a quem dizemos amar e ajudar. Alguém gosta de ser amado por obrigação?
O rendimento mínimo gera injustiças e convoca a preguiça. O seu defensor costuma acreditar que o ser humano é bom, por natureza, e que as circunstâncias sociais é que levam uma pessoa à perversidade. Não é isto que a experiência ensina. Muitas pessoas tiveram tudo para serem felizes e optaram por viver à custa dos outros.
O defensor do rendimento mínimo ainda costuma ter a ingenuidade de pensar: «Quem é que viveria com tão pouco de propósito?». Certo é que muita gente não ambiciona muito mais… pelo menos se tal implicar trabalho.
O estudo obrigatório, o subsídio de férias e a reforma também são direitos discutíveis; como, de resto, toda a segurança social, incomportável, a longo prazo." - Mário Cabral in Diário Insular

Para quem perdeu a 4ª Crónica de Mário Cabral no Diário Insular de sábado passado, dia 31 de Janeiro. As três anteriores podem ser lidas aqui.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Bruxelas propõe alteração do sistema do IVA


"Em concreto, a Comissão Europeia propõe o lançamento de uma discussão alargada sobre “a necessidade de modificar o sistema do Imposto sobre valor Acrescentado (IVA)”, admitindo, pela primeira vez, a hipótese de estender às transacções domésticas, ou seja dentro de cada Estado-membro, o mecanismo de “reverse charge”. Este aplica-se actualmente às transacções intra-comunitárias, com o imposto a ser declarado pela empresa que recebe o produto ou serviço. Estima-se que a fraude no IVA represente perdas da ordem dos 2,5% da receita efectiva de IVA da União Europeia, ou seja, cerca de 250 mil milhões de euros por ano." in Jornal de Negócios Online

A actual crise também vai trazer coisas boas, porque é do caos que nasce a ordem. Já que o Governo nem quer ouvir falar do IVA com Recibo, passarem a ser os clientes a ter que o declarar e entregar ao Estado seria uma medida com que todos ganharíamos, a começar pelo Estado.

Mas é esperar para ver, porque o Estado às vezes lembra-me aqueles putos que na escola vingam-se nos mais fracos dos maus tratos que recebem dos rufias mais fortes que eles.

(boneco de Henrique Monteiro e tirado daqui)

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Regionalização do Continente (1)

Este docente do IST propõe um interessante modelo de Regionalização, de base tecnológica e não seguindo uma visão político-administrativa.

Tendo por base o funcionamento cooperativo de uma tripla hélice, onde se encaixam o governo, a indústria e os estabelecimentos de ensino superior, torna-se um bom tema de reflexão para cada região, até em termos de estratégias de desenvolvimento.

No caso da Região Oeste, constituída agora em CIM, é um exercício interessante tentar listar quem ocuparia os lugares destinados à indústria e ao ensino superior.