domingo, 26 de abril de 2009

Canonização do Condestável

Embora não sendo religioso, a canonização hoje de D. Nuno Álvares Pereira é um acontecimento que, como português, considero importante pelas qualidades que lhe são reconhecidas, quer enquanto Homem, quer enquanto militar.
É importante também por ser um símbolo nacional, e todos os países precisam dos seus. É, por isso, relevante ter referências com os méritos do Condestável.
Enquanto Nação tendemos a esquecer, de modo quase atávico, que a nossa História de quase 900 anos não tem sido feita de mediocridade mas do génio de Homens como Diogo Cão, Bartolomeu Dias, António Enes, Damião de Góis, Pedro Álvares Cabral, Pedro Nunes, Luís de Camões, Vasco da Gama, Marquês de Pombal, Afonso Costa ou Egas Moniz, só para citar alguns.

3 comentários:

  1. Não consigo, por mais que me esforce, perceber essa dos "valores cristãos na guerra".
    Canonizar um guerreiro, corresponde a assumir que a igreja, em pleno século XXI, defende uma noção de "guerra justa" e de que se pode atingir a santidade combatendo o "inimigo", os "infiéis", ou seja quem for...
    Não anda muito longe das ideias do Islão mais radical dos talibans, por exemplo.

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  2. Essa é uma maneira de analisar o assunto, mas não concordo com ela.
    D. Nuno teve duas etapas fundamentais para ocupar o destaque que tem. A primeira enquanto militar e na época em que o foi. Nesta qualidade teve de matar inimigos. Essa é uma das funções de um militar em guerra.
    A segunda quando, sendo rico e poderoso, opta por uma vida de religioso carmelita.
    Parece-me que a sua canonização resulta mais desta segunda fase da sua vida e não do enaltecimento das suas qualidades de militar e de ter morto castelhanos.
    Quanto à comparação com o Islão radical, mais uma vez discordo. Não sou um ser crente nem sou religioso, mas, em minha opinião, a nossa matriz cultural cristã e humanista coloca-nos num patamar superior em relação àquele tipo de islamismo.
    E esta minha opinião não tem por base qualquer preconceito cultural mas apenas a História.
    Se, como já escrevi aqui antes, foi o Islão que arrancou a Europa das trevas, a Europa cristã viveu o renascimento, a revolução francesa e a revolução industrial. Para nós a separação entre Estado e Igreja é uma coisa natural, lógica e adquirida. Ao Islão faltaram estes passos civilizacionais.
    Mas o mundo Muçulmano não é todo igual e é culturalmente muito rico.
    Em posts futuros irei demonstrar isso relativamente apenas à música, que é duma riqueza imensa.

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  3. Penso que a matriz dos valores cristãos e muçulmanos são idênticos, ou mesmo iguais. Claro que o percurso das sociedades e a sua aplicação no tempo (a história) esses sim, são diferentes.

    A canonização de um guerreiro, com o Papa a referir-se explicitamente a essa sua condição é um sinal negativo que transmitimos.

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