terça-feira, 14 de abril de 2009

O Boletim de Primavera do Banco de Portugal

Constâncio decidiu deixar de correr riscos e aí estão os números provando que a economia ainda está em queda livre.
Estamos por isso a viver um momento histórico. Para quem não tem idade para ter memória do Verão Quente de 75, aproveite para ver como era o país nesse tempo, em termos económicos.
Nota interessante do Boletim do Banco de Portugal: o consumo público é a única componente do PIB que deverá registar uma subida de 0,4 por cento, quando nas previsões de Janeiro era apontada uma descida de 0,1 por cento. Traduzindo: os impostos vão aumentar.
Curiosa também foi a reacção de alguns partidos a estes números. Por exemplo a filial do PC, que se dá pelo nome de Verdes, reagiu exigindo ao Governo a criação de mais emprego na Administração Pública.
Nesta, como em todas as crises, existem sempre dois lados: o lado que a sente e o lado que a observa e este lado é pago pelo lado que a sente.
Aos senhores dos Verdes que, não duvido, estarão no segundo lado, pois só isso justificará a sua exigência, faço um apelo: arranjem trabalho e produzam alguma coisa para variar ou, ainda melhor, empreendam.

4 comentários:

  1. Caro Rogério:
    O PEV propõe que se crie mais emprego na administração pública, mas porque esses trabalhadores fazem, de facto, falta. Vá a qualquer escola, hospital ou repartição, pergunte se têm falta de pessoal e verá. Coloque-se do lado dos que sentem o problema e ficará mais esclarecido.

    Quanto a dizer que o PEV é uma filial do PCP, tem direito à sua opinião, mas se se informar melhor sobre a história do PEV verá que não é bem assim.

    Uma última ressalva: não existe nenhum partido PC. Existe o PCP. Somos dos poucos partidos que têm "Português" no nome e orgulhamo-nos da palavra. Tem significado. Por favor não a oblitere.

    Cumprimentos!

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  2. Tiago,

    O debate de opinião com alguém com o seu nível de educação e civilidade é sempre um prazer.
    Quanto à sigla do Partido Comunista Português tem toda a razão: é PCP e não apenas PC. Mas não há da minha parte qualquer intenção de retirar o "Português" do nome. É apenas deformação do nosso hábito de encurtar tudo.
    Quanto ao PEV, em minha opinião, um pouco mais de autonomia não lhe ficava nada mal. Por vezes parece que só existe para que o PCP possa aparecer nos boletins de voto com um símbolo diferente da sua tradicional foice e martelo.
    Em relação aos empregos na Administração Pública concordo com a sua referência à falta de pessoal em alguns serviços. Mas não me parece que o problema se resolva com mais gente.
    Concordará que também temos serviços que têm gente em número que não necessita. Que tal alguma mobilidade ou até reconversão profissional na Adminsitração Pública? É que este tipo de emprego tem um problema inultrapassável: alguém tem de o pagar com impostos. E só há um sector de onde podem vir: do sector produtivo.

    Um bom dia para si.

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  3. Vindo de si, Rogério, percebi imediatamente que não havia nenhuma intenção insultuosa em ter escrito PC. Mas o que é que quer? Sou um bocado formalista nestas coisas, confesso...

    O PEV tem autonomia, tem Grupo Parlamentar próprio na AR, e até com votações divergentes das do PCP. Agora, essa imagem não passa para a comunicação social. É pena...

    É verdade que os postos de trabalho na administração pública são pagos com impostos mas, por mim, daria os meus impostos por mais bem empregues a pagar funcionários para me servirem melhor, do que a safar as dívidas do BPN, por exemplo. São opções...

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  4. Vou passar a andar mais atento ao PEV.

    Quanto ao BPN, já deve conhecer a minha opinião: devia ter falido.
    O BPN é um caso de polícia e só não dá mais barulho porque todo o Centrão tem as mãos sujas no processo.

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