terça-feira, 10 de agosto de 2010

Maranatha (12)


II. FUNDAMENTOS

6. A CASA

"«Quem casa quer casa», costuma dizer-se e está bem dito. Aves fazem ninhos, coelhos tocas, cães marcam terreno – porque não haveria o homem de habitar?
Uma casa não é um lugar qualquer. É o espaço sagrado da independência e da privacidade, a metonímia maior de todas; a casa concretiza a alma dos donos. Uma verdadeira casa é “substancial”.
As palavras “moral” e “ética” estão relacionadas com “morar” e “habitar”. A propriedade promove a responsabilidade. O amor constrói e preserva. Havana cai de podre porque nada é de ninguém.
Em Maranatha as casas serão lares. Não serão feitas por arquitectos, mas pelos próprios donos, para evitar experiências intelectuais que reduzem a integridade humana e destroem a Tradição; nem haverá apartamentos feitos por gente anónima a pensar em gente anónima.
Cada casa terá, pelo menos, um alqueire de terreno em redor.
Em Maranatha as pessoas nascerão em casa e morrerão em casa, saindo o funeral de casa. Tudo deverá ser feito para se gerar sentimentos de amor e sagrado aos nossos castelos contra a agressividade do mundo.
Deverá evitar-se a todo o custo o abandono das casas de família. Elas são o símbolo da união entre as várias gerações. Diz-se, por exemplo, “a casa de Bragança” para significar uma família e a sua história. Como dantes, será herdada pelo último a casar, que ficou a cuidar dos pais ou pelo que permaneceu solteiro.
Perder património voltará a ser uma vergonha.
Está bem de ver que ter casa significa direito à propriedade privada. Há dois inimigos da propriedade privada: o comunismo e o capitalismo. O capitalista já não sabe o que tem, já não ama, já não é responsável. Os monopólios são imorais. Ora, o comunismo é o monopólio do estado.
" - Mário Cabral in Diário Insular

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