IV. ECONOMIA
2. ELOGIO DO TRABALHO
"Trabalhar faz parte do Homem, activo por natureza. Outros animais são construtores notáveis: ninhos, diques, torres... Até as plantas, ao seu nível, produzem actividade. As nossas mãos reflectem a alta elaboração do nosso espírito.
A preguiça é defeito grave. Vai reduzindo vontade, criatividade e inteligência, fechando-nos abaixo do nível de pessoas, embrutecendo-nos.
O trabalho é a via privilegiada para a comunicação e o entrosamento social. É um direito natural inalienável.
As relações de trabalho são complexas e geram conflitos graves. Nem todos trabalham por sua conta e naquilo que gostam, o que motiva choques entre a liberdade e as obrigações.
No essencial, será odioso escravizar ou explorar alguém. Percebe-se quando alguém está a trabalhar de mais, ou a ganhar muito ou pouco, num determinado contexto. Os horários jamais poderão sobrepor-se às obrigações familiares e ninguém será obrigado a trabalhar longe do seu lar. Será proibido trabalhar ao Domingo. Não se poderá despedir sem justa causa. O Estado empregará o mínimo. Há direito a subsídio de desemprego. Não há direito a subsídio de férias.
Teremos muito cuidado com a introdução das máquinas: visam aliviar o esforço, não aumentar o lucro.
Em Maranatha todos trabalharão, desde crianças a velhos. Combata-se o cinismo moderno que exclui uns e outros da “vida activa”, fomentando a indolência e a convicção de que tudo nos é devido e nada nos é exigido. Claro que tudo tem uma medida, conforme o ritmo biológico e as exigências da educação; mas muitas tarefas podem ser executadas por crianças com ganho pedagógico, e muitas por velhos sábios, embora já cansados.
Quem não quiser trabalhar perderá todos os direitos sociais." - Mário Cabral in Diário Insular
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