quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Maranatha (20)


III. PODER

4. S P Q R

"Não precisamos dum sistema novo para Maranatha; inspiremo-nos no mais genuinamente açoriano: o Império do Senhor Divino Espírito Santo – política, no seu melhor.
As vantagens são muitas: aqui, sim, o poder é popular e livre; tem séculos de provas de eficácia; não apresenta cansaço em época onde tudo se deteriora depressa; e, no mais importante, obedece aos princípios da justiça e do direito natural.
E é nosso!
Os anciãos terão um papel capital na política de Maranatha. Como esquecê-los? Têm a experiência, estão aliviados do desejo e das responsabilidades familiares; e a idade melhora a sabedoria humana.
A partir dos sessentas, todas as mulheres e homens constituirão o senado. Este escolherá cinco governantes entre a população masculina activa de reconhecido mérito, para um mandato de três anos, que poderá ser repetido.
O senado será a visão permanente de longo alcance e o governo os braços actuantes.
Cada freguesia terá representação no governo da cidade, e o mesmo com o senado; e o governo e senado das cidades nos da ilha, etc., sempre de baixo para cima, por representação directa.
Supondo que Maranatha seja do tamanho da Terceira, o senado de ilha elegerá entre os anciãos o “Imperador” – ou “Imperatriz” – cargo vitalício sem hereditariedade de sangue. O que interessa reproduzir é a Cultura.
Os guiões das nossas procissões ainda trazem escrito SPQR, sigla remota do império romano, trazida pela Igreja Católica: Senatus Populusque Romanus, que significa: o Senado e o Povo Romano.
Não estaremos obrigados a repetir nenhum modelo; mas obrigar-nos-emos a ouvir a Tradição, a ver os sinais que permanecem, traços do nosso rosto, desejado livre.
Não tenhamos medo de experimentar.
" - Mário Cabral in Diário Insular

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