sábado, 7 de agosto de 2010

Maranatha (9)

II. FUNDAMENTOS

3. PAI

"A maioria dos homens precisa do casamento para atingir a maioridade. Se no caso das mulheres a questão é física, no dos homens é espiritual, o que a torna muito mais urgente.
Casar significa ser responsável por uma casa e pai de herdeiros. Esta cerimónia é um compromisso de interesse comunitário e deverá constar da assinatura duma promessa, diante de juiz.
A própria recusa em assumir a seriedade do casamento – muito mais comum nos homens do que nas mulheres – é sinal evidente da intolerável adolescência que somos obrigados a suportar em velhos de cinquenta.
Grande parte da culpa reside na chamada “emancipação feminina”; se ambos os sexos são iguais e têm os mesmos direitos, então entram na relação de igual maneira. Se os trabalhos dos homens e das mulheres são idênticos, então elas podem ser abandonadas sem remorsos.
Ora, esta é uma descarada mentira. O corpo do homem não muda com o acto sexual. E, depois do divórcio, que é expectável, são poucos os que pagam a pensão aos filhos, e a polícia não os vai prender.
Só os inconscientes vivem um dia atrás do outro, justificando esta incompetência com a vontade de “gozar a vida”. O homem maduro ambiciona “construir a vida” com sentido, como quem arquitecta uma casa com projecto.
Ser pai acorda no homem a sua dimensão transcendente. Pode erigir o mundo, pois tem a vida acrescentada em mais uma geração; e em outra e mais outra, segundo a esperança que a família permite. Deixa para trás uma vida de solteiro, isto é, de egocentrado; trabalha para alguém, aprende a amar, de facto.
Em Maranatha, um homem será julgado pelos muitos filhos que tiver e pelo modo de gerir a sua casa. A sua descendência será a coroa de glória mais cobiçada.
" - Mário Cabral in Diário Insular

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