sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Maranatha (15)


II. FUNDAMENTOS

9. OS QUATRO PILARES

"Casa bem construída carece de pilares firmes que aguentem as transformações que as circunstâncias impõem: pode ser necessário transformar um quarto-de-cama numa sala, ou vice-versa, conforme as urgências. A casa continua a mesma se a estrutura fundamental permanece inalterável.
Maranatha terá quatro pilares indestrutíveis: Liberdade, Privacidade, Fidelidade e Segurança.
O maior inimigo da liberdade é o ego, erva daninha que copia a forma da folha da planta que parasita, a ponto de ser confundida com ela. Todo o esforço será pouco para combatê-lo e aos seus derivados: egoísmo e egocentrismo, que têm a pior reprodução.
O ego depende do prazer e do desejo, que são particulares e subjectivos, enquanto a liberdade é a decisão responsável, que requer a razão universal objectiva. Dizer liberdade é, pois, dizer razão, responsabilidade e amor, ou seja, numa palavra, pessoa.
Habituámo-nos a que o Direito seja público, isto é, a que as leis tomem o partido do Estado, como se os privados fossem a origem do mal. Em Maranatha o Direito será privado, seguindo bem de perto o direito natural, que aponta para a privacidade da casa de família. Logo, privacidade é mais do que resguardo, sendo que na nossa cidade voltar-se-á a erigir uma grossa muralha que defenda da dessacralização da vida íntima.
Num lar assim amparado o amor volta a desenvolver-se, confiante e seguro. A custo um cão morde a mão do dono, quanto mais uma pessoa, quando bem ensinada. Está na natureza do amor ser exclusivo e, portanto, fiel. A traição é defeito insuportável porque gera a desconfiança e não é possível viver em paz sem segurança.
Confiança na vida, que tem sempre futuro.
E, pois, alegria e esperança.
" - Mário Cabral in Diário Insular

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