segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Maranatha (32)


IV. ECONOMIA

6. CONTRA A USURA

"A maior parte de nós deve dinheiro ao banco, por isto ou por aquilo. Tal facto leva-nos a concluir que o sistema financeiro é inevitável. Ora, a pessoa não está obrigada a coisa nenhuma. Criatividade e esperança devem estimular-nos na luta contra males evidentes.
A usura é o epicentro da doença moderna. Foi censurada pelos pensadores de todas as grandes culturas e proibida até ao séc. XVIII. Hoje, compreendemos bem porquê.
É certo que os contratos com os bancos são livres; mas também a ida aos bordéis o é. Uma sociedade forte não pode permitir que os pilares onde assenta tremam sob as investidas da tentação imoral.
A banca tende para o monopólio internacional, sendo a alta finança um perigo efectivo para as nações. Muitos países estão dominados por meia dúzia de capitalistas, se tanto, de quem não se conhece o rosto e a motivação. Em Roma foi parecido.
Isto não pode acontecer em Maranatha. Terá de haver a coragem de tornar a usura ilegal, de novo. Esta decisão exigirá imenso de nós, mas é fulcral: tem a ver com a liberdade. Seremos como um drogado que decidiu abandonar o vício que o corrompe.
Voltamos a encontrar a necessidade de decisões de fundo, como: o crescimento económico não é o fim último do homem; produzir, em vez de consumir, poupar para investir, distinção entre empréstimos produtivos/não produtivos, etc.
As famílias fortes e as corporações robustas serão determinantes nesta batalha. Voltaremos à herança, ao dote, ao enxoval, ao “casar para casa”; e cada ofício terá um fundo de modo a subsidiar, a juros acertados, os associados, de acordo com a hierarquia.
E compadres e amigos sempre estenderam a mão uns aos outros, nas horas de agonia, na base da confiança." - Mário Cabral in Diário Insular

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