sábado, 14 de agosto de 2010

Maranatha (16)


II. FUNDAMENTOS

10. DIREITOS E DEVERES

"Direitos e deveres estão intimamente relacionados, como as faces de uma moeda que gira, o que se pode observar com clareza nas relações fundamentais.
Do facto de as mulheres terem o direito inalienável de ser mães segue-se o dever de criarem os seus filhos. Tal obrigação é muito exigente, pelo que têm o direito de estar acompanhadas na tarefa pelos maridos; devem-se, portanto, ambos, fidelidade mútua. As crianças, por sua vez, têm direito a um pai e a uma mãe; em contrapartida, devem-lhes obediência até à idade adulta. Mais tarde, estes deveres e direitos como que se invertem, devido ao processo biológico de vida.
Esta lógica deve ser imitada por todas as estruturas sociais, a partir do modelo familiar. Do facto de todas as pessoas terem o direito natural a uma família, segue-se o direito à propriedade privada e ao trabalho. Tais direitos obrigam as pessoas (e até os animais) à faina diária.
A vantagem maior em copiar a família reside no facto de, nela, o impulso de partida ser o amor: quem ama toma a sorte do outro como sua e não se importa de servi-lo, com vista ao seu bem. Ora, é imbatível que o amor é um cimento mais forte do que outro género de “argamassa contratual”, se é que procuramos a paz nas relações.
As pessoas são tanto melhores quanto mais amam e controlam o ego; portanto, os cidadãos perfeitos são aqueles que põem à frente os deveres, e não os direitos, e as comunidades ideais aquelas onde vigora o «um por todos e todos por um».
Há decadência política quando passa a valer o «salve-se quem puder».
De certa maneira, conservadores e modernos distinguem-se porque os primeiros valorizam os deveres e os segundos os direitos.
Maranatha será uma sociedade do Dever.
" - Mário Cabral in Diário Insular

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